Após dois anos de home-office, os funcionários que estão retornando aos escritórios no modelo híbrido têm novas perspectivas e prioridades: valorizam mais a flexibilidade e otimização do tempo e demonstram maior interesse para investirem na mudança de carreira. Objetivos pessoais e bem-estar ganharam um considerável espaço na agenda. A constatação é do relatório Índice de Tendências de Trabalho de 2022, elaborado pela Microsoft. 

Em artigo publicado no blog da empresa, o vice-presidente corporativo, Jared Spataro, diz que essa tendência é um desafio para os gestores, que terão que compreender e acompanhar as novas expectativas dos colaboradores para fazerem o trabalho híbrido fluir. 

Dinâmica do relatório da Microsoft

O estudo ouviu 31 mil pessoas em 31 países, contando ainda com trilhões de análises de produtividade por meio do Microsoft 365 e tendências trabalhistas divulgadas no LinkedIn. 

Os dados mostram cinco tendências que servem como um roteiro aos líderes que atuam nos diferentes segmentos da tecnologia. 

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1. Funcionários têm novas prioridades 

De acordo com a pesquisa, 53% dos trabalhadores estão valorizando mais a saúde e bem-estar, o que levou 18% a abandonar os empregos justamente por não oferecer um ambiente propício à qualidade de vida. 

Por isso, cerca de 52% da geração Z e Millennials certamente buscarão um novo emprego no próximo ano, o que deve gerar várias reorganizações nas empresas. 

2. Gerentes X expectativas dos funcionários  

Um desafio apontado é que os gerentes se sentem presos entre as expectativas da liderança e dos funcionários. Acompanhar essa tendência não é uma tarefa fácil e só poderá ser possível por meio da atuação de gestores que estejam próximos de seus colaboradores. 

Por isso, 50% dos líderes afirmaram que têm planos para um retorno presencial completo para serem aplicados ainda este ano, mas 74% afirmaram que faltam recursos para corresponder às novas expectativas dos colaboradores. 

Assim, as mudanças só acontecerão efetivamente por meio da capacitação dos gerentes, com foco na melhoria da liderança. 

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Relatório da Microsoft mostra que um dos desafios no trabalho híbrido será fortalecer os relacionamentos, principalmente para incluir e engajar os colaboradores. Divulgação: Microsoft

3. Mais inclusão e engajamento 

Segundo o estudo, 38% dos funcionários híbridos dizem que o maior desafio é saber quando e por que entrar no escritório. Mesmo assim, apenas 28% dos líderes criaram novos acordos de equipe ou ambientes apropriados ao trabalho híbrido.  

Além disso, 43% dos trabalhadores remotos não se sentem incluídos nas reuniões e apenas 27% dos gestores desenvolveram metodologias de reuniões híbridas que garantam inclusão e engajamento. 

Assim, o momento é para repensar no papel do escritório, o que deve alterar normas culturais, valorizando a experiência do funcionário, principalmente para todos se sentirem conectados. 

4. Novas normas e limites no expediente 

As tendências de produtividade no Microsoft 365 mostraram que as reuniões e dinâmica dos trabalhos remotos fizeram a carga horária aumentar, ultrapassando o tradicional expediente norte-americano das 9h às 17h. 

O tempo semanal gasto em reuniões para o usuário médio do Teams aumentou 252% desde março de 2020, e o trabalho fora do expediente e nos finais de semana cresceu 28% e 14%, respectivamente.  

Por isso, novas normas e limites ao longo do expediente deverão ser criadas, principalmente para proteger os funcionários dentro da lei trabalhista de cada país. 

5. Reconstrução dos relacionamentos 

Com o trabalho remoto, as equipes ficaram mais isoladas e os relacionamentos ficaram deficitários. Agora, com o trabalho híbrido, o desafio é priorizar tempo para construir relacionamentos, dando um suporte adicional aos colaboradores remotos e recém-integrados. 

Essa transição beneficiará as tecnologias projetadas que unam o digital e o físico, garantindo que todos os funcionários possam se envolver com foco no desenvolvimento da empresa em que atuam.   

“A mudança para um local de trabalho híbrido não começa com novas tecnologias ou políticas corporativas. Começa com a cultura – uma que abraça uma mentalidade de crescimento, uma vontade de reimaginar quase todos os aspectos da maneira como o trabalho é feito”, escreveu Jared Spataro em seu artigo. 

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