A síndrome do intestino irritável é uma doença de origem desconhecida que faz com que o intestino fique sensível, causando diarreia, dores abdominais e outros sintomas. De acordo com uma nova pesquisa, alguns tipos de leveduras presentes em determinados tipos de fungos podem produzir toxinas que contribuem para o surgimento da doença em algumas pessoas.

Normalmente, essas leveduras passam despercebidas, mas em quantidades altas e no intestino de pessoas com a síndrome isso pode desencadear uma inflamação. A pesquisa foi focada em uma forma específica da doença, chamada de colite ulcerosa (UC), que afeta principalmente o cólon.

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O estudo avaliou os cólons de 40 pacientes com a síndrome do intestino irritável e comparou com outros 38 que não sofriam da doença. Foi identificado uma alta concentração desse tipo de cepa da levedura nos pacientes com UC.  Quanto mais grave o caso, maior a probabilidade de o paciente apresentar uma maior abundância da levedura no cólon.

 Síndrome do intestino irritável

Após isso, os pesquisadores utilizaram camundongos para verificar o grau de inflamação do cólon. Em camundongos sem inflamação do cólon, as cepas de levedura identificadas em humanos não proliferaram. Mas em camundongos com inflamação do cólon, imitando a UC, a levedura apareceu.

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“Nossas descobertas sugerem que as cepas de C. albicans não causam inflamação intestinal espontânea em um hospedeiro com imunidade intacta. Mas eles se expandem nos intestinos quando a inflamação está presente e pode ser um fator que influencia a resposta à terapia em nossos modelos e talvez em pacientes”, explica Iliyan Iliev, da Weill Cornell Medicine da Cornell University, nos EUA.

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“Não sabemos se cepas específicas são adquiridas por pacientes específicos durante o curso da doença ou se sempre estiveram presentes e se tornaram um problema durante episódios de doença ativa. No entanto, nossas descobertas destacam um mecanismo pelo qual cepas de fungos comensais [ou seja, coabitantes internos] podem se voltar contra seu hospedeiro e sobrecarregar a inflamação”, completa Iliev.

A conclusão é de que a toxina produzida pelo fungo pode afetar células imunes específicas, conhecidas como macrófagos, gerando uma onda de citocinas que podem causar inflamação através do sistema imunológico.

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