Muitos homens e mulheres têm tido a oportunidade de viajar para além do nosso planeta, seja com propósito científico ou mesmo praticando o chamado “turismo espacial”. No entanto, esse não é um privilégio da raça humana: diversos micróbios podem pegar carona nas naves espaciais que exploram a imensidão do cosmos.
Microbiologistas que estudam ambientes extremos estão à procura desses microrganismos presentes em superfícies de naves espaciais que poderiam potencialmente contaminar os ambientes “imaculados” do espaço sideral.

Novo fungo foi batizado em homenagem a microbiologista
Agora, uma nova cepa fúngica foi identificada em uma linha de montagem de naves espaciais, e sua descoberta foi registrada em um estudo publicado no Journal of Fungi. Batizada de Parengyodontium torok, o fungo recebeu esse nome em homenagem a um microbiologista do Berkeley Lab, Tamas Torok.
Quando novas espécies de plantas ou animais são descobertas, elas são frequentemente nomeadas em homenagem a cientistas famosos ou figuras públicas conhecidas. Isso também acontece quando um novo microrganismo é identificado — neste caso, P. torokii, uma nova espécie fúngica do gênero Parengyodontium.
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Cientista afiliado do Berkeley Lab na Divisão de Ciências climáticas e ecossistêmicas, Tamas Torok tem décadas de experiência estudando micróbios em ambientes extremos, com foco na diversidade e abundância de microrganismos em instalações de montagem de naves espaciais de baixa biomassa.
“É uma grande honra”, disse ele. “Especialmente porque comecei toda a minha carreira científica com organismos fúngicos. Trabalhei com fungos nos primeiros 18 anos”.
Protocolos de limpeza visam evitar contaminação de micróbios
A nova cepa fúngica mostra a capacidade de produzir biofilme, o que significa que pode se agarrar às superfícies e sobreviver aos protocolos de limpeza na instalação de montagem de naves espaciais onde foi descoberto.
Essa capacidade da cepa de sobreviver em um ambiente de baixa nutrição é preocupante porque essas instalações devem cumprir os requisitos de limpeza das missões robóticas da Nasa.
Monitorar essa biocarga — os micróbios presentes nas espaçonaves ou instalações de montagem — é importante para que os cientistas não determinem erroneamente que “vida extraterrestre” foi descoberta se naves infectadas devolverem micróbios à Terra.
Os cientistas pretendem desenvolver mais pesquisas e novos protocolos de limpeza para detectar e limitar o potencial de contaminação da cepa fúngica nas instalações de montagem de naves espaciais.
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