O maior estudo que avaliou a relação entre a Ivermectina e a Covid-19 até o momento não encontrou redução significativa no número de hospitalizações em pacientes que receberam o medicamento. Os resultados mostraram que as 1.400 pessoas com a doença que tomaram o antiparasitário não se saíram melhor do que as que foram medicadas com placebo.

De acordo com o Wall Street Journal, as descobertas aguardam publicação em uma revista médica revisada por pares e devem ser apresentadas em 18 de março em um fórum patrocinado pelos Institutos Nacionais de Saúde. “Não havia indicação de que a ivermectina fosse clinicamente útil”, disse disse Edward Mills, PhD, um dos principais pesquisadores do estudo, ao jornal. 

A pesquisa realizada pela Universidade McMaster do Canadá, analisou dados de pacientes do Brasil, especificamente 1.348 adultos que testaram positivo para Covid-19 com chances de desenvolver um quadro grave da doença.  Metade dos pacientes recebeu prescrição de pílulas de ivermectina por três dias e a outra metade recebeu placebo. 

“Este é o primeiro grande estudo prospectivo que deve realmente ajudar a acabar com a ivermectina e não dar credibilidade ao uso dela para o Covid-19”, completou Peter Hotez, MD, PhD, reitor da Escola Nacional de Medicina Tropical de Baylor College of Medicine em Houston, que revisou as descobertas.

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Ivermectina contra a Covid-19

A droga passou a criar esperanças em relação à Covid-19 por conta de um estudo feito em abril de 2020 na Austrália. Os resultados, apesar de amplamente divulgados, traziam dúvidas sobre a real eficácia do medicamento. A concentração de ivermectina que eles testaram era de 20 a 2.000 vezes maior do que as dosagens padrão usadas para tratar infecções parasitárias em humanos e essa alta quantidade passou a ser nociva para o corpo humano.

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Após a publicação do artigo, foram feitos dois grandes ensaios clínicos que não mostraram nenhum benefício significativo no uso da droga contra o Coronavírus. Depois disso, a Organização Mundial da Saúde, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), a Food and Drug Administration (FDA) e as principais agências de saúde do mundo notificaram sobre os riscos desse remédio contra o coronavírus.

Apesar das evidências, desinformação e fake news fizeram com que o remédio continuasse a ser usado de forma indiscriminada. 

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