O desastre aéreo que vitimou 132 pessoas na China nesta segunda-feira (21) já se tornou um dos mais trágicos na história da família Boeing 737. Na ativa desde 1967, o avião americano sofreu até hoje 222 acidentes, segundo informações da Flight Safety Foundation. Deste total, 93 (41,89%) tiveram fatalidades.

O primeiro acidente do Boeing 737 aconteceu em 19 de julho de 1970, quando um 737-200 sofreu uma avaria quando deixava o aeroporto internacional da Filadélfia, nos Estados Unidos. Não houve mortes. Já o primeiro acidente com fatalidades se deu em dezembro de 1972: avião da United Airlines caiu enquanto tentava pousar no aeroporto de Chicago, com a morte de 43 pessoas (18 sobreviveram).

A família conta com quatro séries: a original (737-100 e 737-200), a Classic (737-300 a 737-500), a Next Generation (737-600 a 737-900) e a MAX (737 MAX 7, 8, 200, 9 e 10). Confira quais foram os seis acidentes mais letais do Boeing 737, incluindo todas as linhas desde os anos 1960.

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6 – Flash Airlines 604 (3 de janeiro de 2004; 148 vítimas fatais)

O voo operado pela companhia aérea egípcia Flash Airlines viajava do Cairo (Egito) em direção ao aeroporto Charles de Gaulle, em Paris (França), quando caiu no Mar Vermelho, próximo de Sharm-el-Sheikh, costa sul do Sinai. Chegou a ser aventada uma queda motivada por terrorismo islâmico — à época o primero-ministro do Reino Unido, Tony Blair, estava de férias no Egito. No entanto, os destroços do avião não mostravam indícios de bombardeio, motivo pelo qual os investigadores descartaram a tese.

As causas são disputadas até hoje: o Ministério da Aviação Civil do Egito apontou provável falha mecânica, mas o NTSB (Conselho de Segurança nos Transportes dos EUA) e o BEA (Escritório de Investigações e Análises para a Segurança da Aviação Civil da França) concluíram que o piloto sofreu desorientação espacial e estava insuficientemente treinado para o voo. Os 135 passageiros — a maioria turistas franceses — e os 13 tripulantes da aeronave morreram no naufrágio.

Avião da Flash Airlines 604
Aero Icarus/Wikimedia/CC

5 – Gol 1907 (29 de setembro de 2006; 154 vítimas fatais)

No segundo pior acidente aéreo da história do Brasil, um Boeing 737-800 com 154 pessoas a bordo quebrou após colidir no ar com um Embraer Legacy 600. O Legacy pousou com segurança em uma base aérea da Aeronáutica, mas o avião da Gol caiu em uma área de mata fechada, na Serra do Cachimbo (Pará), matando as 154 pessoas a bordo. O voo saía do aeroporto Eduardo Gomes, em Manaus, em direção ao Galeão, no Rio de Janeiro.

Segundo o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), o acidente se deu em razão de erros cometidos tanto pelos controladores de tráfego aéreo quanto os pilotos do Legacy. Já o NTSB isentou os pilotos de culpa, atribuindo o acidente ao controle de tráfego.

Avião da Gol no voo 1907
Paul Hunter Alvarenga/Wikimedia/CC

4 – Ethiopian Airlines 302 (10 de março de 2019; 157 vítimas fatais)

O Boeing 737 MAX saía de Adis Abeba, capital da Etiópia, em direção a Náirobi, no Quênia, quando caiu após seis minutos no ar. No pior acidente da história aeroespacial da Etiópia, todas as 157 pessoas na aeronave morreram. O 737 MAX tinha apenas quatro meses de serviço na época da colisão.

A causa do acidente ainda está em investigação. As primeiras suspeitas recaem sobre um problema no sistema automático do avião, o MCAS, que recebeu leituras erradas dos sensores e jogou a ponta da aeronave para baixo.

Avião do voo Ethiopian Airlines 302
LLBG Spotter/Wikimedia/CC

3 – Air India Express 812 (22 de maio de 2010; 158 vítimas fatais)

Vindo de Dubai, nos Emirados Árabes, o Boeing 737-800 operado pela Air India colidiu com uma cerca ao pousar no aeroporto internacional de Mangalore: 158 passageiros, incluindo seis tripulantes, morreram, e oito sobreviveram. Um erro do piloto durante o procedimento de pouso — o avião teria se aproximado da pista muito alto — foi o motivo do acidente.

Avião do voo Air India Express 812
Sean d’Silva/Wikimedia/CC

2 – Ukrainian International Airlines 752 (8 de janeiro de 2020; 176 vítimas fatais)

O voo 752 da Ukrainian Airlines caiu após decolar do aeroporto internacional Imam Khomeini, em Teerã (Irã), com destino a Kiev, na Ucrânia. Não houve sobreviventes. No evento, o Boeing 737-800 não sofreu falha mecânica, mas foi abatido de forma acidental pela Guarda Revolucionária Iraniana com uso de míssil antiaéreo. O episódio foi admitido publicamente pelo exército do país e gerou protestos da população local.

Avião do voo da Ukrainian Arlines 752
LLBG Spotter/Wikimedia/CC

1 – Lion Air 610 (29 de outubro de 2018; 189 vítimas fatais)

Operado pela companhia aérea indonésia Lion Air, o voo 610 saía do aeroporto Soekarno-Hatta, na capital Jacarta, para o aeroporto Depati Amir, em Pangkal Pinang. O motivo da queda, segundo as investigações, foi o mesmo do voo da Ethiopian Airlines: uma falha fez com que o MCAS jogasse a ponta da aeronave para baixo e impedisse o controle manual do veículo.

Os pilotos passaram os 13 minutos do voo tentando recuperar o controle, mas não foi o suficiente. As 189 pessoas a bordo morreram, fazendo desse voo o acidente aéreo mais letal da história com um Boeing 737.

Avião do voo Lion Air 610
PK-REN/Wikimedia/CC

Crédito da imagem principal: Kelvin Yu/Wikimedia/CC

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