A poluição do ar afeta de maneira negativa a qualidade do esperma, de acordo com um grande estudo realizado por pesquisadores chineses, publicado na revista científica JAMA Networks. O estudo contou com a participação de 33.876 homens residentes em Xangai, na China, com idade média de 34 anos.

O time de pesquisadores descobriu que os voluntários que moravam em locais com alto nível de material particulado no ar tendiam a ter uma pior qualidade do esperma, ainda mais no que diz respeito à motilidade do espermazoide.

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O termo ‘material particulado’ é o usado em estudos da poluição do ar para descrever pequenas partículas sólidas e gotículas líquidas que são encontradas no ar, como poeira, sujeira, fuligem ou fumaça. Sendo que partículas menores são perigosas por conseguir penetrar nos pulmões e chegar à corrente sanguínea.

“Esses achados sugerem que a exposição ao material particulado pode afetar adversamente a motilidade dos espermatozoides e destacam a necessidade de reduzir a exposição à poluição do ar por partículas ambientais para homens em idade reprodutiva”, descreveram os autores.

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O novo estudo mostrou que os declínios na qualidade do esperma eram perceptíveis em pessoas que acabaram sendo expostas a moléculas menores de material particulado. Assim, foi comprovado a ligação entre a poluição do ar e a qualidade do esperma.

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“Um mecanismo biológico que possivelmente explica os achados deste estudo são as alterações provocadas pelos poluentes no eixo hormonal masculino, responsáveis ela produção de testosterona. O material particulado, na forma sólida ou líquida em suspensão na atmosfera da Terra, pode transportar vários oligoelementos e, entre eles, substâncias chamadas hidrocarbonetos aromáticos policíclicos”, explicou o urologista Giuliano Aita, membro do Departamento de Reprodução da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

Ilustração em 3D de espermatozoides
Crédito: Tatiana Shepeleva/Shutterstock

De acordo com ele, essas substâncias representam um grupo de compostos que incluem vários desreguladores endócrinos que podem influenciar de forma negativa os hormônios sexuais masculinos. Ademais, outros fatores podem impactar a qualidade do esperma, etnia, idade, índice de massa corporal, tabagismo e consumo de álcool, por exemplo.

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O estudo ganha mais importância em um contexto em que a infertilidade está se tornando um problema de saúde em todo o mundo, afetando cerca de 10% de todos os casais que estão em idade reprodutiva. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que fatores masculinos – má qualidade do sêmen, por exemplo – podem também ser responsáveis por boa parte dos casos.

Fonte: O Globo

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