As consequências da pandemia da Covid-19 na saúde da população também vão além da infecção pelo vírus. Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos mostrou que o número de mortes em decorrência do consumo de álcool aumentaram 25,5% durante o primeiro ano da pandemia, em 2020.

Para efeito de comparação, em 2019 foram 78.927 mortes ligadas ao álcool. Já no ano seguinte, em que ocorreu o surto da doença, foram registrados 99.017 óbitos do tipo. Entre 1999 e 2017, o aumento médio anual foi de cerca de 2,2%, indicando um salto muito maior que o normal durante o primeiro ano da pandemia da Covid-19.

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O estudo foi publicado na última sexta-feira (18) no Journal of the American Medical Association (JAMA) e utilizou dados de mortalidades do Centro Nacional de Estatísticas de Saúde. Os óbitos contatos são de pessoas que tiveram transtornos mentais ou comportamentais causados pelo álcool como causa principal e ainda de  mortes por overdose de drogas que tiveram o álcool como fator contribuinte.

Mortes causadas pelo álcool na pandemia

No caso, as mortes de transtornos mentais ligados ao álcool saltaram de 11.261 mortes em 2019 para 15.211 em 2020. Já com o uso de opióides com participação do álcool foram de 8.503 para 11.969, ou cerca de 41%. Apesar das mortes de todas as causas, incluindo Covid-19, terem aumentado de 2019 para 2020, o aumento nesse caso foi considerado bem acima dos outros.

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“O aumento da taxa de mortes relacionadas ao álcool em 2020 superou o aumento da mortalidade por todas as causas, que foi de 16,6%”, diz um trecho da pesquisa. “Apenas uma pequena proporção do aumento das mortes relacionadas ao álcool envolveu o Covid-19 diretamente!, completa ainda.

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“As mortes envolvendo álcool refletem os pedágios ocultos da pandemia. O aumento do consumo de álcool para lidar com estressores relacionados à pandemia , a mudança nas políticas de álcool e o acesso interrompido ao tratamento são possíveis fatores contribuintes. Se as mortes relacionadas ao álcool diminuírem à medida que a pandemia diminuir e se as mudanças nas políticas podem ajudar a reduzir essas mortes, merece consideração”, completa ainda a pesquisa.

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