A proposta de orçamento da NASA para 2023, ainda pendente de aprovação pelo Congresso dos EUA, prevê um detalhe interessante: as amostras rochosas de Marte, coletadas pelo rover Perseverance, devem demorar um pouco mais para chegar à Terra – agora, a previsão é de retorno não antes de 2033.

Isso porque, no novo orçamento, previsto em US$ 26 bilhões (R$ 123,71 bilhões), a NASA antecipa o uso de dois módulos de pouso ao invés de um. Evidentemente, um segundo módulo ainda não começou a ser construído, então isso tende a atrasar um pouco o calendário.

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As amostras coletadas pelo rover Perseverance, em Marte, vão demorar um pouco mais para voltar à Terra
As amostras coletadas pelo rover Perseverance, em Marte, vão demorar um pouco mais para voltar à Terra (Imagem: Merlin74/Shutterstock)

“Uma detalhada análise dos requerimentos de massa da SRL levaram a NASA a adotar uma arquitetura de dois módulos, com o segundo módulo carregando o veículo de coleta de amostras europeu”, disseram oficiais da agência. “SRL” é a sigla em inglês para “Módulo de Retorno de Amostras”.

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O comunicado continuou: “o desenvolvimento de um segundo módulo carece do adiamento para um lançamento em 2028 e retorno de amostras em 2033, e é consistente com a conclusão do Comitê Revisional Independente de Retorno de Amostras de Marte (IRB), de que uma arquitetura de dois módulos pode aprimorar a probabilidade de sucesso da missão”.

A NASA tem, em Marte, os rovers Curiosity e Perseverance, que estão trafegando por diferentes regiões do planeta vermelho em busca de sinais de vida antiga. Destes, o Perseverance parece ser o mais promissor, apesar de ser o mais recente: o rover, que tem mais ou menos o tamanho de um carro popular, percorre a chamada Cratera Jezero, uma área desértica de mais de 40 quilômetros (km) de extensão que, há bilhões de anos, abrigava um imenso lago e o delta de um rio.

Essa premissa coloca a região como candidata primária à presença de sinais de vida antiga: por essa razão, o Perseverance vem perfurando rochas sedimentares e coletando seus núcleos, a fim de que a comprovação de que já houve vida em Marte venha pelos registros históricos dessas pedras.

A devolução dessas amostras, contudo, exige quase que um projeto separado por parte da NASA: de acordo com documentos da agência, ela vem trabalhando com a Northrop Grumman para criar veículos específicos de recolhimento, a fim de enviá-los a Marte para coletar as amostras do Perseverance, e trazê-las de volta para cá.

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