Cientistas criam curativo eletrificado que acelera a cicatrização e mata bactérias

Por Flavia Correia, editado por André Lucena 29/04/2022 17h53, atualizada em 29/04/2022 18h13
ePatch
Imagem: Instituto Terasaki de Inovação Biomédica
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Desenvolvido pelo Instituto Terasaki de Inovação Biomédica de Los Angeles, nos EUA, o ePatch é um curativo composto por eletrodos feitos de nanofios de prata misturados em um hidrogel derivado de algas. Essa atadura tem o diferencial de acelerar a cicatrização enquanto mata as bactérias prejudiciais.

Curativo eletrificado ePatch promete acelerar cicatrização e matar bactérias prejudiciais. Imagem: Instituto Terasaki de Inovação Biomédica

Conhecido como alginato, o hidrogel já é usado em curativos cirúrgicos, pois é biocompatível e mantém níveis ótimos de umidade. Ao modificar quimicamente o alginato e adicionar cálcio a ele, os cientistas foram capazes de otimizar a função e estabilidade dos nanofios de prata. 

O hidrogel resultante foi impresso em uma folha de silicone flexível, na superfície da qual foi aplicado uma espécie de estêncil. Quando esse estêncil foi posteriormente removido, o alginato que foi deixado para trás formou os dois eletrodos – eles foram então ligados a uma fonte de energia externa. 

Variando o tamanho e a forma das folhas de silicone, foi possível criar ePatches capazes de cobrir e se adaptar aos contornos de uma grande variedade de feridas.

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Quando a tecnologia foi testada em ratos com feridas externas, a corrente elétrica entregue conseguiu acelerar a velocidade de cicatrização não apenas fazendo com que a pele e outras células de granulação migrassem para o local, mas também induzindo a formação de vasos sanguíneos e reduzindo a inflamação. 

Enquanto os ratos tratados com ePatch cicatrizaram em apenas sete dias, as feridas em um grupo de controle não tratado de ratos levaram 20 dias para curar. Além disso, graças às propriedades antibacterianas da prata, a infecção foi mantida ao mínimo. 

Quando os ePatches foram removidos no final do processo de cura, os ratos tratados apresentaram menos cicatrizes do que o grupo controle – isso provavelmente foi, pelo menos parcialmente, devido ao fato de que as células da pele não grudam no substrato de silicone, para que não saiam quando o curativo é removido.

“Com a seleção cuidadosa dos materiais e a otimização de nossa formulação de gel, conseguimos desenvolver um e-Patch multifuncional, fácil de fazer e econômico que facilitará e acelerará muito a cicatrização de feridas”, disse Han-Jun Kim, cientista do Instituto Terasaki, um dos autores do artigo científico publicado recentemente na revista Biomaterials que descreve a pesquisa.

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Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.

André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.