Corantes, aromatizantes e saborizantes são utilizados na maior parte dos alimentos industrializados, além de outros aditivos alimentares que servem para preservar essas comidas por mais tempo. Tudo isso deixa as comidas mais gostosas, é um fato, mas será que é seguro para a nossa saúde?
A resposta todos já sabem, afinal, uma alimentação natural promove também uma vida mais saudável, enquanto uma alimentação industrializada faz o papel contrário. No entanto, pesquisadoras do Núcleo de Pesquisa de Nutrição em Produção de Refeições da Universidade Federal de Santa Catarina (NUPPRE-UFSC) decidiram entrar a fundo nesse tema, focando principalmente em como esses aditivos alimentares impactam na vida de crianças.
As pesquisadoras revisaram artigos publicados a partir dos anos 2000, toda a regulamentação global sobre o assunto e documentos oficiais que tratam do tema. Foram avaliados mais de 30 estudos em cerca de 20 países.
Leia também!
- Saiba o tempo ideal de sono recomendado para adultos
- Não consegue dormir? Cientistas descobrem molécula para a regulação do sono
- Pesquisadores estimam que as pessoas poderão receber transplante de órgãos de porcos em 2025 no Brasil
De acordo com as autoras, foi possível detectar um consumo elevado de aditivos durante a infância, principalmente os corantes. Porém, não foram encontrados artigos que analisassem o consumo de diversas sustâncias por crianças ao longo do tempo.
“É preciso avaliar o impacto que o consumo de mais de um aditivo em uma mesma refeição pode gerar à saúde”, disse a autora Mariana Kraemer. “Ao longo dos dias, indivíduos consomem porções de diversos alimentos que podem ser fontes de vários aditivos”.
A pesquisa mostra que mesmo com regulamentações internacionais aprovadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a maior parte das avaliações de segurança das substâncias utilizam animais ou in vitro, o que não representa completamente o impacto no organismo humano.
“Além disso, existem limitações metodológicas nos estudos de avaliação de segurança, como o uso de amostras pequenas para considerar que a substância não tem efeitos tóxicos ou a não consideração da combinação de aditivos de naturezas distintas”, disse Rossana Proença, pesquisadora que ajudou no estudo.
![Corredor de marcado com diversos alimentos industrializados](https://img.odcdn.com.br/wp-content/uploads/2022/05/alimentos-industrializados.jpg)
Um dos exemplos citados na pesquisa aponta que os conservantes do tipo benzoato e sorbato, quando isolados, não apresentam efeitos tóxicos aos mamíferos. No entanto, ao chegar ao estômago e entrar em contato com outros aditivos, podem gerar substâncias potencialmente carcinogênicas.
A pesquisa ressalta que esse impacto precisa ser considerado, principalmente em crianças, pois os limites de adição dos aditivos alimentares são baseados em quilo de peso corporal, levando em consideração o peso médio de adultos.
Porém, as crianças possuem peso inferior, além de beberem mais água e ingerirem mais alimentos do que um adulto médio. “É importante lembrar que crianças têm mais tempo para desenvolver doenças crônicas ligadas à exposição de aditivos”, afirma Kraemer.
“Diante da constatação do risco à saúde dos consumidores, espera-se que sejam promovidas medidas que permitam aos consumidores identificar com clareza a adição de aditivos aos alimentos, incluindo a quantidade, de modo que possam fazer escolhas conscientes e informadas”, diz a advogada Cecília Cury, coautora do estudo e líder do Põe no Rótulo, um projeto que luta por informações mais claras nos rótulos de alimentos.
Via: Revista Galileu
Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!