Pouco mais de três semanas depois que a Rússia lançou o satélite militar Kosmos 2555 a bordo do novo foguete Angara 1.2, o país acaba de lançar a espaçonave de vigilância militar Bars-M a uma órbita síncrona do Sol (também chamada de heliossíncrona). 

Uma órbita síncrona do sol é uma órbita quase polar na qual o satélite passa sobre qualquer ponto da superfície do planeta no mesmo tempo solar local. Isso é especialmente útil para satélites de reconhecimento, pois toda vez que a espaçonave passa por uma determinada área, a iluminação do sol sempre será quase idêntica à última passagem, permitindo que qualquer alteração nas imagens seja facilmente visível.

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A decolagem aconteceu na quinta-feira (19), às 5h03 da manhã (pelo horário de Brasília), do Cosmódromo de Plesetsk, que fica a cerca de 800 km ao norte da capital Moscou. 

Esse é o primeiro de uma série de quatro satélites Bars-M que foram encomendados pelo Ministério da Defesa russo em 2014 e cujos lançamentos foram adiados inúmeras vezes ao longo dos anos, por razões desconhecidas. Com uma vida operacional estimada de cinco anos, os satélites Bars-M pesam cerca de 4 mil kg.

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Outros dois satélites Bars-M, agora fora de operação, foram lançados em 2015 e 2016, mas como parte de um lote encomendado pelo governo russo antes de 2014.

Uma vez em órbita, o satélite recém-lançado recebeu uma nova designação: Kosmos 2556. O primeiro satélite Bars-M, implantado em órbita em 2015, recebeu a designação Kosmos 2503, e o segundo, em 2016, é o Kosmos 2515. 

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Essa designação é dada a muitos satélites que são operados pela Rússia e data dos primórdios dos voos espaciais, começando com o soviético Sputnik 11, que teve a designação de Kosmos 1.

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Terceira geração de satélites de vigilância da Rússia

Projetada em substituição à série de satélites Yantar-1KFT (Kometa), a série Bars-M é a terceira geração de satélites de vigilância topográfica da Rússia usados para fornecer imagens da superfície da Terra

Os satélites Kometa foram satélites de vigilância desenvolvidos no fim dos anos de 1960 e início dos anos de 1970, com o projeto sendo finalizado em 1975. Após o primeiro lançamento, em 18 de fevereiro de 1981, pelo menos um satélite Kometa foi lançado em um foguete Soyuz todos os anos até o colapso da União Soviética, em 1991.

Cerca de um mês antes disso, teve início o planejamento da série Bars, com o desenvolvimento sendo interrompido por mais de uma década por razões diversas, entre elas, graves questões econômicas dentro da indústria espacial. Retomado em 2008, o projeto foi concluído em 2013 sob a nova designação Bars-M.

Segundo o site NasaSpaceFlight, os satélites Bars-M apresentam muitas melhorias em relação aos seus antecessores, incluindo um sistema de imagem atualizado chamado Karat, dotado de um telescópio duplo, dois emissores de laser, localizadores de alcance laser, refletores de espelhos e sensores de controle de atitude. Todos esses instrumentos permitem que o sistema faça imagens de alta definição com uma resolução de solo de cerca de 1 metro por pixel.

Outra melhoria que a série Bars-M apresenta é a capacidade de transmitir imagens diretamente em vez de precisar recuperar uma cápsula de filme, permitindo a remoção do módulo de descida pressurizada que estava presente nos satélites Kometa.

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