Uma pesquisa conduzida por especialistas da Universidade de Nicosia, no Chipre, afirma que o escape de componentes químicos usados na propulsão dos foguetes pode contribuir para um aumento da poluição na alta atmosfera.

Segundo o estudo, vários agentes poluentes permanecem na mesosfera (a parte da atmosfera entre 50 e 80 quilômetros de altitude), concentrados por muito mais tempo – e esse tempo só aumenta com cada lançamento feito.

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Sistemas de propulsão de foguetes como o Falcon 9, da SpaceX, dispersam poluentes nas camadas mais altas da atmosfera, o que deve trazer impactos climáticos no futuro (Imagem: Michael Vi/Shutterstock)

Dentre os poluentes identificados, está o conhecido dióxido de carbono, um dos principais vetores do aquecimento global. Os pesquisadores consideraram emissões geradas por um dos foguetes mais conhecidos da atualidade – o Falcon 9, da SpaceX. Segundo as informações divulgadas, o foguete usa combustível fóssil e um composto contendo oxigênio líquido.

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Durante a propulsão, o escape do foguete produz dióxido de carbono e vapor d’água, bem como quantidades variadas de partículas de poeira, óxidos nitrosos e enxofre. Com exceção deste último, todos os outros são gases que contribuem com o efeito estufa, que por sua vez amplia o aquecimento global.

O problema, no entanto, é a localização desse acúmulo de poluentes: ao contrário das camadas mais acessíveis da atmosfera, a mesosfera é relativamente limpa. Mas com o estudo já identificando altas concentrações agora e a indústria aeroespacial promovendo cada vez mais lançamentos, os cientistas temem que isso pode trazer um impacto desfavorável no futuro.

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Felizmente, as empresas do setor parecem estar de ouvidos abertos para isso: tanto a SpaceX como a Blue Origin já confirmaram que gerações futuras de suas naves – respectivamente, a Starship e a New Glenn – usarão um composto de metano como combustível.

Estudos já confirmaram que o metano é muito mais eficiente por queimar quase que por completo durante o processo de propulsão de foguetes, evitando que ele se concentre e se acumule na atmosfera.

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A pesquisa foi publicada no jornal científico Physics of Fluids

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