Pacientes vacinados contra a Covid-19 que possuem HIV são mais propensos a desenvolver uma nova infecção pelo vírus do que pacientes que não são portadores da doença, indicou um estudo. Realizado pela Equipe de Epidemiologia do Vírus Corona-Infeccioso, a pesquisa apontou que a taxa de reinfecção para essas pessoas pode ser até 28% maior. 

Publicado no JAMA Network Open, o levantamento acompanhou quase 114 mil pacientes totalmente vacinados e apontou que, apesar da baixa incidência de reinfecção logo após a vacina – 9 meses após a vacinação (3,8%), sugerindo um forte efeito protetor – para pessoas com HIV a porcentagem pode chegar a 4,4%, independentemente do tipo de vacina

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Covid-19: pacientes com HIV já vacinados possuem maior risco de reinfecção. Imagem: Mongkolchon Akesin – Shutterstock

“Essas descobertas devem alertar todas as pessoas com HIV para o maior risco de avanço da Covid-19 e podem informar recomendações oficiais sobre a vacinação contra Covid para pessoas com HIV”, disse Keri Althoff, da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, ao MedPage Today. 

Alguns fatores associaram o maior risco a pessoas mais jovens – até 44 anos. A pesquisa também indicou que já ter um histórico de Covid-19 pode elevar as chances de reinfecção em até duas vezes. Além disso, a maioria dos pacientes eram homens, sendo 41% negros e 38% brancos. 93% deles receberam vacinas de mRNA

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“Atualmente, o CDC inclui pessoas com HIV não tratado ou avançado em sua definição de pessoas ‘moderadamente ou gravemente imunocomprometidos’ e recomenda uma dose adicional de vacina em sua série primária, além de reforços. [mas] nossas descobertas sugerem que aqueles com HIV que não atendem a esses critérios também podem se beneficiar de uma dose adicional de vacina na série primária”, destacou Althoff. 

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Para a coautora do estudo Sally Coburn, também da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, os resultados indicam que “os formuladores de políticas que estabelecem as diretrizes devem considerar os benefícios e os riscos de uma dose adicional de vacina na série primária não apenas para aqueles com HIV grave ou não tratado, mas também para aqueles com imunossupressão moderada ou mesmo todas as pessoas com HIV”. 

Os autores ressaltaram que seus achados podem não ser generalizáveis para todos os pacientes com HIV. Além disso, pacientes com comorbidades não foram contabilizados e também podem afetar o risco de infecções. 

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