David Slater é um fotógrafo dos EUA especializado em registrar a vida selvagem. Ele capturou um flagra incrível de um cadáver de leão-marinho sendo devorado por dezenas de estrelas-do-mar. Uma das fotos da sequência lhe garantiu o primeiro lugar na categoria Vida Aquática em um concurso promovido pela Academia de Ciências da Califórnia.

De acordo com o site LiveScience, a cena foi registrada nas águas rasas da Baía de Monterey, uma enseada no Oceano Pacífico na costa central da Califórnia. No perfil oficial de Slater no Instagram, entre diversas outras imagens impressionantes, estão as cinco fotos que mostram as estrelas-do-mar se deliciando com o enorme banquete. 

Durante quatro dias, o fotógrafo David Slater se aventurou no fundo do oceano para concluir a sequência acima. As primeiras cinco fotos mostram as estrelas-do-mar se alimentando do cadáver do leão-marinho. Na última, já não há nem um restinho da refeição. A imagem escolhida por ele para participar do concurso foi a terceira da primeira coluna. Créditos: David Slater

Especialistas apontam que o animal morto e seus companheiros nadando ao fundo podem ser leões-marinhos da Califórnia (Zalophus californianus) ou leões-marinhos Steller (Eumetopias jubatus), tomando como base as faixas geográficas das duas espécies. 

Já as estrelas-do-mar são todas estrelas-morcego (Patiria miniata), que se apresentam em uma ampla gama de cores, sendo mais comuns os tons de vermelho, roxo, laranja, amarelo, marrom e verde. Ao ingerir os restos mortais do leão-marinho, elas estão desempenhando um papel fundamental naquele ecossistema, transformando o animal do topo da cadeia alimentar em energia e nutrientes para a base.

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“Eu sabia que essa imagem era especial quando a publiquei pela primeira vez, mas as palavras não podem nem descrever como me sinto assumindo o primeiro lugar em um concurso tão prestigiado”, disse Slater. “Beleza e aventura podem ser encontradas em lugares inesperados”, acrescentou.

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Não se sabe se aquele leão-marinho morreu de causas naturais ou por fatores antropogênicos, como um choque com alguma embarcação, a ingestão de plástico ou enredamento em equipamentos de pesca. 

Segundo o Monterey Bay Aquarium Research Institute (MBARI), as estrelas-morcego podem chegar a 20 cm de diâmetro e recebem esse nome em razão da membrana que cresce entre seus braços, que se assemelha às asas do mamífero voador. Normalmente, esses animais têm cinco braços, mas podem ter até nove.

Elas têm “manchas oculares” de detecção de luz na extremidade de cada braço e células olfativas na parte inferior dos membros, que permitem a elas “farejar” produtos químicos deixados por pequenos invertebrados ou cadáveres na água. Quando identificam um alimento, as estrelas-morcego soltam um de seus dois estômagos pela boca e liberam enzimas digestivas para quebrar a refeição antes de ingeri-la. 

Elas também têm pequenos vermes simbióticos que vivem nas ranhuras na parte inferior de seus corpos e se alimentam de restos deixados para trás por seus hospedeiros. Uma única estrela-morcego pode conter até 20 desses parasitas, o que indica que pode haver mais de 100 vermes aproveitando as migalhas daquele leão-marinho.

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