A startup americana QuantumScape afirma ter produzido uma bateria de estado sólido para carros elétricos com autonomia de 640 km e capacidade de recarga até 80% em 15 minutos. Segundo a empresa, a tecnologia deve chegar a automóveis convencionais já em 2024, tornando o carregamento dos veículos a bateria quase tão prático quanto encher um tanque de gasolina.

Baterias de estado sólido, em geral, são mais seguras e estáveis que as de íon-lítio, pois são menos propensas a pegar fogo. Além disso, podem acumular mais energia na mesma quantidade de espaço, o que permitirá aos motoristas no futuro a capacidade de recarregar seus carros em maior tempo.

A QuantumScape, por sua vez, corre para introduzir seu produto à frente de empresas como a Solid Power, no Colorado (EUA), e a ProLogium, em Taiwan. Para isso, a startup da Califórnia diz ter submetido sua bateria a testes de “padrão ouro”, segundo o diretor de marketing Asim Hussain.

Durante os ensaios, alguns protótipos chegaram a carregar e descarregar quase 1.000 vezes, o que comprovaria a excelência da unidade. “Células de íon-lítio não chegam perto disso”, pontuou Hussain, em entrevista à publicação Popular Mechanics.

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Segundo a QuantumScape, suas primeiras baterias para linha de pré-produção estarão prontas por volta do fim de 2023. Já no ano seguinte, a empresa deve integrá-las a um carro de testes da parceira Volkswagen.

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Produção de baterias de estado sólido em escala ainda é um desafio

Apesar do otimismo da startup e do investimento de empresas como Toyota e Nissan, a fabricação das baterias de estado sólido em alta escala, porém, tem se mostrado difícil.

O diretor do Laboratório de Energia Eletroquímica do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, em inglês), Yang Shao-horn, explica que o principal desafio na fabricação é traduzir a densidade de energia em uma célula de laboratório em uma célula maior. “[Neste sentido] há limitações físicas para a densidade de energia”, pontua o especialista, em entrevista à Popular Mechanics.

As baterias de estado sólido também se expandem demais e controlar a pressão parece ser uma tarefa difícil. “Estamos dobrando a densidade da energia, o que significa que a energia é muito alta, como uma bomba”, relata Yoshiaki Nitta, líder do grupo de estratégia de baterias da Nissan, à publicação.

Há também preocupações em relação ao custo. Alguns fabricantes de baterias de estado sólido projetam que a tecnologia diminuirá o dispêndio na montagem de EVs, mas alguns analistas estão céticos. De acordo com análises da Bloomberg, o fato de haver ainda uma alta demanda por metais como manganês, cobalto, níquel e ferro para a produção das unidades pode manter os preços altos.

Crédito da imagem principal: QuantumScape/Divulgação

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