O Brasil saltou da 71ª para a 18ª posição no ranking mundial de cibersegurança organizado pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), agência ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). Contando apenas as Américas, o país ocupa a terceira colocação na análise, que teve a inclusão de 194 nações.

De acordo com Caio Mário Paes de Andrade, secretário especial de desburocratização, gestão e governo digital do Ministério da Economia, a posição conquistada pela federação “demonstra o compromisso crescente do governo para enfrentar e reduzir as ameaças à segurança cibernética”.

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“O levantamento comprova que estamos no caminho certo”, destaca Bruno Telles, COO da BugHunt, primeira plataforma brasileira de Bug Bounty.

No entanto, alguns pontos ainda podem ser melhorados no Brasil, segundo especialistas, como a falta de comunicação entre os órgãos envolvidos com cibersegurança — em especial, a integração entre instituições públicas e privadas. O exemplo mais tácito é o ataque ao SUS (Sistema Único de Saúde), em dezembro de 2021. Por conta do blecaute, a plataforma ficou fora do ar por mais de um mês.

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“Ao contrário de países como Estados Unidos, onde a internet e o ciberespaço são considerados um dos domínios de guerra na sua doutrina militar, no Brasil há pouca integração aparente entre forças militares, órgãos de inteligência e governamentais e empresas”, afirma Julio Cesar Fort, sócio da Blaze Information Security.

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Brasil precisa de adequação legislativa, diz especialista

Denis Riviello, diretor de cibersegurança da Compugraf, provedora de soluções em segurança de dados, acredita que o país precisa de uma maior adequação legislativa de processos relacionados à cibersegurança. Ele vê a LGPD (Lei Geral de Porteção de Dados Pessoais) como um avanço, embora seja uma “situação singular”.

“Em um contexto mais amplo, tanto no âmbito privado como público, faltam parcerias em termos de desenvolvimento, colaboração e regras tratadas por um grande comitê. Hoje, essa missão está centralizada apenas em órgãos específicos, que são independentes e não têm um compartilhamento de informações”, detalha o especialista.

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Embora a evolução do Brasil no ranking mundial de cibersegurança seja uma boa notícia, o país ainda sofre bastante com ofensivas ransomware. Recentemente, a empresa Sophos revelou que 55% das 200 corporações nacionais sofreram tentativas deste tipo em 2021, em comparação ao índice de 38% registrado no ano anterior.

Um dos problemas, segundo Fort, a maioria das organizações enxerga o tópico como um custo a mais. “Ainda falta a visão de que é um caminho para garantir o bem-estar do negócio”, completou.

Crédito da imagem principal: kb-photodesign/Shutterstock

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