As primeiras imagens do telescópio espacial James Webb já contam com pontos específicos – ou “alvos” – de observação, segundo um comunicado da agência espacial americana (NASA). Ao todo, são cinco pontos que deverão ser mostrados em detalhes inéditos no próximo dia 12, quando a agência realizará a conferência onde mostrará o material resultado do fim de comissionamento do objeto.

“Comissionamento” é o nome dado ao processo de prontidão remota dos instrumentos do telescópio espacial: um projeto de extrema ambição que envolve pelo menos três agências espaciais (além da NASA, colaboraram no seu desenvolvimento a ESA e a CSA) e um valor de US$ 10 bilhões (R$ 52,87 bilhões), o James Webb tem vários pequenos processos que precisam ser trilhados antes de ficar pronto para trabalhar.

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Eta Carinae, a estrela, sobreviveu a uma imensa explosão há 160 anos que, apesar de ejetar material comparado a uma supernova, permitiu que a nebulosa de mesmo nome ficasse atrelada à sua órbita: objeto será parte das primeiras imagens do telescópio espacial James Webb (Imagem: NASA/Divulgação)

Felizmente, tudo deve receber o sinal verde na próxima semana, mas isso não significa que o objeto tenha ficado “parado” lá em cima. Os testes de instrumentos já produziram imagens que o time por trás do James Webb vai revelar na próxima semana, com a maior riqueza de informações da história da astronomia. E neste começo, os cinco primeiros alvos serão:

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  • Nebulosa de Eta Carinae: também referida como “Nuvem de Carina”, a nebulosa é uma das maiores e mais brilhantes, posicionada a 7,6 mil anos-luz de nós. Nebulosas são pontos do espaço contendo todos os elementos de formação de estrelas – e Eta Carinae é a casa de várias estrelas massivas, milhares de vezes maiores que o Sol
  • WASP-96 b: um exoplaneta composto majoritariamente de gás e localizado a 1.150 anos-luz da Terra, tem uma órbita de 3,4 dias ao redor de sua estrela. Ele tem mais ou menos a metade da massa de Júpiter e foi originalmente descoberto em 2014. uma curiosidade sobre ele é que sua atmosfera tem absolutamente zero nuvens
  • NGC 3132: essa nebulosa planetária localizada na constelação de Vela tem uma natureza expansiva – ou seja, ela não para de crescer – e está orbitando uma estrela em processo de morte (Vega). A nebulosa tem mais ou menos meio ano-luz de diâmetro
  • O Quinteto de Stephan: um conjunto com cinco galáxias na constelação de Pegasus, a mais ou menos 290 milhões de anos-luz. Foi o primeiro grupo de galáxias compactas que nós descobrimos, lá em 1877. Dessas cinco galáxias, quatro estão presas em um movimento fixo que as faz “quase” baterem entre si 
  • SMACS 0723: Possivelmente o mais difícil de explicar de todos os alvos, este se trata de um grupo de galáxias que funcionam como lentes gravitacionais para observação astronômica. Basicamente, eles “entram” no caminho entre um telescópio e o objeto observado, grandemente ampliando a luz do objeto e permitindo ao telescópio enxergá-lo com mais riqueza em detalhes.

“O lançamento dessas primeiras imagens marcam o início oficial das operações científicas do James Webb, as quais continuarão a explorar os temas essenciais científicos da missão. Vários times [de astrônomos] já se registraram [para usar o telescópio] por meio de um processo competitivo, no que especialistas referem-se como o seu ‘primeiro ciclo’, ou primeiro ano de observações”, diz trecho do comunicado da NASA.

O telescópio espacial James Webb é o sucessor espiritual do Hubble, o mais famoso e longevo telescópio que a humanidade levou ao espaço. Originalmente lançado em abril de 1990, o Hubble foi responsável por inúmeras descobertas que, hoje, são de conhecimento comum para qualquer entusiasta da astronomia.

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A apresentação das primeiras imagens do James Webb será veiculada pela NASA via webcast, na próxima terça-feira, 12, a partir das 11:30 (horário de Brasília).

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