Nuvens, galáxias e até um exoplaneta: veja as primeiras imagens oficiais do telescópio espacial James Webb

Em coletiva virtual, a NASA enfim divulgou as primeiras imagens feitas pelo telescópio espacial, e o material é de se impressionar
Por Rafael Arbulu, editado por Lucas Soares 12/07/2022 11h57, atualizada em 12/07/2022 23h09
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A NASA divulgou hoje (12) outras quatro imagens registradas pelo telescópio espacial James Webb, em um momento histórico vivido pelo maior objeto de observação que já lançamos ao espaço e, como prometido, o material não decepcionou.

Conforme adiantamos na semana passada, as imagens – que você confere logo abaixo, em forma de galeria e também individualmente descritas – correspondem a nebulosas planetárias, grandes grupos de constelações, berços estelares e até mesmo uma descoberta interessante sobre um exoplaneta que já conhecíamos há alguns anos. Confira também o site da NASA para as fotos em alta resolução.

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A primeira foto é uma espectrografia do WASP-96 b, um exoplaneta composto majoritariamente de gás e localizado a 1.150 anos-luz da Terra, com uma órbita de 3,4 dias ao redor de sua estrela. Ele tem mais ou menos a metade da massa de Júpiter e foi originalmente descoberto em 2014. Antes do material abaixo, pensava-se que ele era completamente ausente de nuvens, mas não é o caso – o James Webb conseguiu identificar evidências do material em sua atmosfera, além de assinatura de água.

Espectrograma do exoplaneta WASP 96-b revela, pela primeira vez, a presença de nuvens em sua atmosfera, bem como a assinatura de água em sua superfície (Imagem: NASA/Divulgação)

A segunda imagem divulgada corresponde à NGC 3132, uma nebulosa planetária localizada na constelação de Vela tem uma natureza expansiva – ou seja, ela não para de crescer – e está orbitando uma estrela em processo de morte. A nebulosa tem mais ou menos meio ano-luz de diâmetro.

A Nebulosa NGC 3132 é por vezes referida como “Nebulosa do Anel Sul” e é constantemente expansiva, graças a uma estrela central que está em fase de morte e espalhando material cósmico em seus arredores (Imagem: NASA/Divulgação)

A terceira imagem mostrada na coletiva é o Quinteto de Stephan, um conjunto com cinco galáxias na constelação de Pegasus, a mais ou menos 290 milhões de anos-luz. Foi o primeiro grupo de galáxias compactas que nós descobrimos, lá em 1877. Dessas cinco galáxias, quatro estão presas em um movimento fixo que as faz “quase” baterem entre si. 

O Quinteto de Stephan é um agrupamento de cinco galáxias compactas que descobrimos lá no distante ano de 1877 – forças gravitacionais “travam” quatro dessas cinco galáxias em um movimento ritmado que a NASA chamou de “dança” (Imagem: NASA/Divulgação)

Finalmente, a NASA deixou por último a revelação da imagem da Nebulosa de Eta Carinae, por vezes referida como “Nuvem de Carina”. A nebulosa é uma das maiores e mais brilhantes, posicionada a 7,6 mil anos-luz de nós. Nebulosas são pontos do espaço contendo todos os elementos de formação de estrelas – e Eta Carinae é a casa de várias estrelas massivas, milhares de vezes maiores que o Sol.

A Nebulosa de Eta Carinae, recheada de estrelas ainda jovens e em formação, é permeada por radiação ultravioleta e ventos estelares que formam essa imensa parede de poeira cósmica e gases (Imagem: NASA/Divulgação)

As quatro imagens acima vêm para complementar a divulgação do o aglomerado de galáxias SMACS 0723, que a NASA divulgou na última segunda-feira (12).

Vale lembrar que, ao contrário da imagem infravermelha mais distante da última semana, essas cinco imagens têm valor científico e devem render análises e pesquisas sobre as respectivas regiões do espaço. Esses serão os primeiros papers a serem produzidos com dados do telescópio espacial James Webb, que seguirá fazendo as imagens mais distantes que a humanidade já registrou.

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Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.