Amazon entregou imagens de campainhas eletrônicas à polícia sem permissão dos donos

A Amazon entregou à polícia gravações das campainhas eletrônicas Ring, sem que os usuários tivessem autorizado
Por William Schendes, editado por Karoline Albuquerque 14/07/2022 12h27, atualizada em 14/07/2022 12h40
amazon ring eletrônica
Imagem: BrandonKleinPhoto/Shutterstock
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Uma carta divulgada publicamente nesta quarta-feira (13) pelo senador norte-americano Edward Markey diz que a Amazon concedeu acesso a imagens das casas de pelo menos 11 moradores só em 2022 através da campainha eletrônica, Ring. O acesso às imagens pela polícia traz à tona os problemas de privacidade dos usuários que têm o produto.

As informações vieram à tona após a Amazon retirar as agências de policiamento privado do seu Serviço de Segurança Pública de Vizinhos (NPSS, no inglês). Isso levou Markey, senador pelo estado de Massachusetts, a enviar uma carta à empresa questionando o porquê da retirada do policiamento privado e sobre as novas práticas de vigilância utilizadas pela campainha eletrônica. 

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Comprada pela Amazon em 2018, a Ring, empresa que dá nome ao produto, reforçou diversas vezes que vídeos e imagens dos usuários não seriam compartilhados com a polícia sem um mandado ou circunstâncias de emergência. 

Em reportagem do site Motherboard, do grupo Vice, em 2019, foi revelado que a empresa havia firmado acordo com 231 distritos policiais, forneceu orientações de abordagem para que policiais solicitassem gravações dos usuários sem a necessidade de um mandado e fez publicidade usando a polícia para moradores comprassem o dispositivo Ring. Já no ano passado, o grupo Electronic Frontier Foundation divulgou que o Departamento de Polícia de Los Angeles solicitou gravações dos protestos do movimento Black Lives Matter. 

Em nota, o vice-presidente de políticas públicas da Amazon, Brian Huseman, disse que os 11 vídeos compartilhados com a polícia neste ano foram casos de provisão emergencial para a segurança de moradores. “Em cada caso, Ring fez uma determinação de boa fé de que havia um perigo iminente de morte ou lesão física grave para uma pessoa que exigisse a divulgação de informações sem demora”, escreveu Huseman.

Reconhecimento facial na rua
A Amazon foi criticada por não remover gravações automáticas de áudio, reconhecimento por voz e facial. Créditos: Shutterstock

Atualmente, o aplicativo Neighbors da Ring, que os proprietários utilizam para postar vídeos das câmeras domésticas de monitoramento e compartilhar comentários, tem acordo com 2.161 departamentos policiais nos Estados Unidos. 

Markey criticou a Amazon por não remover gravações automáticas de áudio, reconhecimento por voz e facial. O senador reforça que atualmente os cidadão americanos têm dificuldade para manterem suas rotinas sem serem observados. “Como minha investigação em andamento sobre a Amazon ilustra, tornou-se cada vez mais difícil para o público se mover, reunir e conversar em público sem ser rastreado e gravado”, disse Markey em comunicado.

A empresa respondeu ao senador argumentando que os usuários do Ring aprovam o uso da gravação por áudio.

Imagem: BrandonKleinPhoto / Shutterstock.com

Com informações do Politico e Ed Markey

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Jornalista em formação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Mesmo com alguns assuntos negativos, gosta ficar atualizado e noticiar sobre diferentes temas da tecnologia.

Karoline Albuquerque é redator(a) no Olhar Digital