Celulares de funcionários da União Europeia seriam espionados

Por William Schendes, editado por Karoline Albuquerque 27/07/2022 16h40, atualizada em 21/08/2023 10h46
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A União Europeia (UE) encontrou evidências que smarthphones dos funcionários de governo seriam vigiados por softwares de espionagem do tipo Pegasus. Em 25 de julho, o comissário de justiça da UE Didier Reynders enviou uma carta à parlamentar Sophie in´t Veld dizendo que a Apple o informou, em 2021, que seu iPhone possivelmente havia sido hackeado pelo vírus Pegasus.

A ferramenta teria sido feita pela empresa de vigilância NSO Group de Israel. O informativo da Apple à Reynders resultou na inspeção de aparelhos de diversos funcionários da Comissão Europeia.

Apesar de não terem sido localizadas provas de que aparelhos dos funcionários estavam sendo espionados ou infectados pelo spyware, investigadores descobriram que houve “indicadores de comprometimento”, o que evidencia que os aparelhos foram comprometidos por um hack. A investigação continua em andamento. 

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Anteriormente, o NSO Group admitiu ao Parlamento Europeu que o seu software de espionagem Pegasus foi utilizado por pelo menos cinco países do continente. Reconhecendo que “cometeu erros”, a companhia enfatizou a necessidade de um padrão internacional para regular o uso governamental do spyware.

Em dezembro de 2021, o iPhone de um jornalista foi invadido pelo spyware Pegasus da NSO. A confirmação do ataque foi feita pelo relatório da ONG Front Line Defenders e pelo Citizen Lab, um grupo de pesquisa da Universidade de Toronto.

O NSO Group dona do spyware Pegasus Imagem: T. Schneider/ Shutterstock

Como funciona o Pegasus

O Pegasus é projetado para se instalar dentro de smartphones e explorar vulnerabilidades no dispositivo para obter seu controle e coletar dados confidenciais. As infecções geralmente são alcançadas por meio de ataques em um clique. Os alvos, em geral, são induzidos a clicar em um link enviado por mensagens no iMessage ou no WhatsApp.

A partir daí, o spyware oferece suporte para uma ampla gama de recursos, entre rastrear o paradeiro da vítima, escutar conversas e extrair mensagens — mesmo de aplicativos criptografados.

Em tese, segundo o grupo NSO, a ideia por trás do software era facilitar o rastreamento de criminosos, pedófilos e ciberterroristas. Mas, na prática, o que tem se consolidado, atualmente, é uma perseguição contra jornalistas, ativistas de direitos humanos e opositores de regimes políticos.

Em relatório provisório sobre o programa espião, o Parlamento Europeu conclui que o uso do Pegasus “não requer cooperação com empresas de telecomunicações” e pode facilmente superar criptografia, certificados SSL e outros protocolos. “O modus operandi do Pegasus revela claramente sua capacidade de ser utilizado para vigilância direcionada e indiscriminada”, diz o texto.

Via: Reuters

Imagem: PX Media/ Shutterstock

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Jornalista em formação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Mesmo com alguns assuntos negativos, gosta ficar atualizado e noticiar sobre diferentes temas da tecnologia.

Karoline Albuquerque é redator(a) no Olhar Digital