Na madrugada da última quarta-feira (3), um intenso clarão foi avistado nos céus de diversas cidades dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Após análises, os pesquisadores da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (BRAMON) concluíram se tratar de um meteoro que explodiu quando estava a cerca 40 km de altitude do solo da região de Poços de Caldas (MG).
“Nossa análise preliminar, ainda sujeita a refinamento, mostra que o objeto passou a mais ou menos 16 km/s, o que é perto de 60 mil km/h”, explicou o geógrafo e servidor público federal Sergio Mazzi, diretor presidente da BRAMON, em entrevista ao Olhar Digital, concedida antes da descoberta do ponto da explosão.
De acordo com Mazzi, o objeto teria entrado a uma altitude de cerca de 107 km, e já se tem uma ideia de sua origem. “Provavelmente, trata-se de um pequeno asteroide, com pouco mais de um metro e com origem na radiante 00691 ZCE Zeta Cetids”.
Para ter certeza dessa radiante, são necessários mais estudos. Segundo Mazzi, na tarde desta sexta-feira (5), os técnicos da BRAMON vão se reunir mais uma vez para definir os parâmetros. As análises serão ainda mais precisas caso pedaços da rocha (chamados de meteoritos) sejam encontrados.
Na imagem abaixo, fornecida pelo presidente da organização, está a possível área de queda, marcada com os pontos azuis. Nenhum resquício, no entanto, foi relatado até o momento. “A divisa entre Poços de Caldas e Divinolândia é um local bastante propício para fazer buscas, além de São Sebastião da Grama e cidades próximas”.
Ao todo, mais de 80 pessoas estão envolvidas nas pesquisas sobre o misterioso objeto que provocou o clarão, que pôde ser visto nos municípios paulistas de Aguaí, Hortolândia, Rio Claro, Amparo, Pedreira, Campinas, Sorocaba, São João da Boa Vista e São José dos Campos, além da capital.
Em Minas, a explosão foi registrada pela câmera do Observatório do Pico dos Dias, em Brasópolis, a cerca de 175 km de Poços de Caldas. O satélite GOES 16, uma parceria entre a NASA e a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA, também captou o momento da arrebentação.
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