Inovação e tecnologia sempre foram grandes paixões, desde criança. Mas uma coisa que sempre me intrigou muito foi olhar para o futuro sob a ótica do passado. Nunca fez sentido somente olhar o que está por vir, mas sim o que já vivemos e como chegamos até aqui. Digo isso relacionado a filmes, revistas, livros e músicas antigas, que me fascinam tanto quanto as mais recentes tecnologias. Escritores renomados faziam previsões curiosas sobre como seria a modernidade. Projeções que, hoje, fazem parte do nosso dia a dia. E digo mais, pela vasta quantidade de informações, este tema será dividido em duas colunas.

Para entrar no assunto, uma das mais antigas revistas dedicadas à ficção científica começou a ser publicada em abril de 1926 por Hugo Gernsback, a “Amazing Stories”.

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O nome de Gernsback sempre foi exibido com destaque. Cada edição trazia um editorial dele nas primeiras páginas. Ele costumava usar a revista para fornecer atualizações e previsões bem malucas para o futuro. Em setembro de 1927, a Science and Invention, outra publicação de Gernsback, trazia as previsões para os 20 próximos anos.

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Algumas falavam de tecnologias incrivelmente inovadoras, como a conexão wireless, TV, a modernidade na agricultura a partir da eletricidade, a popularização do ar-condicionado e das viagens de aviões, que segundo ele, seriam tão populares quanto as de carro.

O escritor francês Júlio Verne, no início da década de 1860, imaginou o século XX com carros movidos a motor, vigilância eletrônica, aparelhos de fax e uma população ao mesmo tempo altamente educada, mas grosseiramente entretida.

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Verne também imaginava um sistema de comunicação simples, que nos remete à internet que usamos hoje. Mesma previsão de William Gibson no romance “Neuromancer”. Isso 130 anos depois de Verne, quando a internet já existia, mas ainda muito diferente de como a conhecemos hoje. A propósito, Gibson foi uma das grandes inspirações de Neal Stephenson, autor de Snow Crash e criador da palavra “Metaverso”, sempre se referindo a essa realidade como “Cyberespaço”.

Algumas das previsões de Verne e Gibson sobre o futuro da tecnologia e da humanidade compartilham não apenas uma grande preocupação com o que estava por vir, mas a capacidade de expressá-la.

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Aldous Huxley previu em 1950 que nos próximos cinquenta anos a humanidade enfrentaria três grandes problemas: guerra, distribuição de comida e falta de vestimenta para uma população de três bilhões de pessoas. Segundo ele, isso arruinaria os recursos finitos do planeta.

Em 1964, Arthur C. Clarke previu não apenas a internet, mas também impressoras 3D e até servos macacos treinados. Embora seja conhecido por ter escrito “2001: uma Odisseia no Espaço”, seu público, de 1964, o conhecia por seu futurismo e talento para explicar tranquilamente todas as grandes coisas que estavam por vir, bem semelhante ao que temos hoje com a futurista americana Amy Webb.

Aqui ele prevê a facilidade com que podemos ser contactados em qualquer lugar do mundo e contactar qualquer pessoa, não importa onde estejamos na terra.

Clarke imaginava pessoas trabalhando tão bem no Taiti ou Bali, quanto em Londres. E descreve esse avanço como ruína da cidade moderna, já que as pessoas não precisariam mais se deslocar para trabalhar. Vivemos algo bem semelhante agora com home office.

Em 1977, o escritor inglês J.G. Ballard veio com algo que soa muito como a mídia social de hoje. A linha do tempo de Philip K. Dick, autor de “Blade Runner” e “Minority Report”, de 1983 a 2012, inclui armas de satélites soviéticos, deslocamento de petróleo como fonte de energia pelo hidrogênio e colônias lunares e marcianas. Prevendo o mundo de 2063, Robert Heinlein incluiu viagens interplanetárias, a cura completa de câncer, das cáries e dos resfriados comuns, além do fim permanente da escassez de moradias.

Mesmo Mark Twain, apesar de normalmente não ser considerado um escritor de ficção científica, imaginou um sistema de “telefone de distância ilimitada” e os acontecimentos diários do globo terrestre visíveis para todos.

Assim como para mim é sempre incrível assistir a filmes antigos e imaginar a vida naquela época. Esses grandes ícones já imaginavam como seria tudo isso no futuro.

Seguimos atentos.

*Luciano Mathias é CCO da TRIO

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