Sem seu campo magnético, a Terra aos poucos perderia sua atmosfera e suas águas por ação dos ventos solares. Imagem: JPL/NASA/Marcelo Zurita
O que vai acontecer quando o Sol morrer? Esse é um antigo debate da astronomia e que felizmente nós não vamos saber os detalhes tão cedo, mas a única certeza é que toda a vida na Terra correria um enorme risco de ser extinta. Um estudo feito usando dados coletados pela sonda Gaia reúne mais informações sobre esse processo e indica que a Terra poderia ser simplesmente aniquilada quando o Sol se tornar uma gigante vermelha.
A morte de estrelas é um processo extremamente violento e normalmente, quando o combustível começa a acabar elas crescem de forma impressionante e devoram boa parte do que está em sua volta. No caso do nosso sistema, o Sol deve engolir Mercúrio, Vênus e talvez o planeta Terra.
A pesquisa da Universidade de Santa Cruz, na Califórnia, realizou simulações hidrodinâmicas tridimensionais para entender uma série de resultados depois que um planeta é engolido por uma estrela parecida com o Sol. O processo depende do tamanho do planeta e do estágio da estrela.
“Para o caso da Terra, acho que não está claro se ela será engolida ou não, mas certamente se tornará impossível viver nela”, disse Ricardo Yarza, estudante de pós-graduação em astronomia da universidade, ao The New York Times. New York Times .
O principal problema começa quando o sol perde o hidrogênio para queimar e se torna uma gigante vermelha, expandindo seu já gigantesco tamanho em centenas de vezes.
Como publicado recentemente pelo Olhar Digital com resultados de uma pesquisa também usando dados da sonda Gaia, embora a massa de uma estrela não mude à medida que ela envelhece, sua temperatura altera muito significativamente, conforme ocorre a fusão nuclear em seu interior, que é observada como variações na intensidade de seu brilho.
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Nosso Sol é classificado como uma estrela de sequência principal do tipo G, ou anã amarela (mesmo que não seja realmente amarelo como pensamos). Ele tem em torno de 4,57 bilhões de anos, o que corresponde a cerca de metade de sua vida sequência principal. Segundo Creevey, nele também ocorre a fusão termonuclear, gerando uma temperatura de superfície de quase 5.500ºC.
Olhar para outras estrelas do tipo G deve nos dar uma boa ideia do quanto nosso Sol aguenta continuar queimando combustível – e quando ele pode eventualmente se esvair.
Creevey e sua equipe começaram a vasculhar os dados de Gaia com o objetivo de obter dados precisos de estrelas com temperaturas relativamente “mais frias”, entre 2.700ºC e 9.700ºC. Isso porque estrelas de baixa temperatura tendem a ser menores e vivem mais do que as mais quentes.
Segundo o estudo de Creevey e sua equipe, publicado no jornal Astronomy & Astrophysics, o Sol está aumentando seu brilho em cerca de 10% a cada bilhão de anos, o que significa que também está aumentando de temperatura. Essa mudança parece pequena, mas tornará a Terra inabitável à vida como a conhecemos.
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Esta post foi modificado pela última vez em 23 de agosto de 2022 16:49