Apesar da visibilidade conferida pelos livros de história às missões espaciais, os especialistas se preocupam com a preservação dos marcos históricos das missões lunares. Com a aproximação do lançamento da missão Artemis, que foi adiado nesta segunda-feira (29), esse assunto ficou ainda mais evidente, incluindo eventuais disputas territoriais pelo satélite natural.

Os Acordos de Artemis foram assinados em 2020 por 21 países, incluindo o Brasil, e dentre seus objetivos, tem a intenção de preservar o valor histórico da exploração espacial. Principalmente da Lua, foco do programa e único local do Espaço em que os humanos estiveram pessoalmente além da Terra.

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Desde o início das explorações, há uma preocupação genuína sobre o território lunar. Por isso, em 1967, foi firmado o Tratado Espacial Exterior, que impede as nações de reivindicar qualquer território na Lua.

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Segundo a co-diretora do programa de Direito Aéreo e Espacial da Universidade do Mississippi e presidente da For All Moonkind – organização que promove a preservação de patrimônios humanos na Lua -, Michelle Hanlon, preservar locais como o local de pouso da Apollo 11, “ajudaria a manter um registro histórico preciso para as gerações futuras”.

Em entrevista à Space.com, ela disse que “todo pouso lunar é o resultado de milênios de pessoas e culturas”. Ela complementa dizendo que “esses objetos na lua limitam a realização de toda a nossa espécie, e seria uma pena perder isso.”

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Em 2020, o governo norte-americano reconheceu, em lei, o valor histórico dos locais de exploração espacial. Consta na legislação que o local de pouso da Apollo 11 está protegido de qualquer futura empreitada da Nasa. Ainda sobra muito terreno para as agências espaciais investigarem, já que a superfície da Lua tem aproximadamente 38 milhões de quilômetros quadrados.

Com essa questão no horizonte, a base lunar estabelecida para a missão Artemis fica longe de qualquer local de interesse histórico.

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Aumento da taxa de exploração na Lua

A maior preocupação é em relação a um aumento estrondoso da taxa de exploração lunar, especialmente se a indústria privada se juntar ao esforço, haverá centenas ou milhares de zonas de segurança auto-proclamadas de tamanhos variados que podem colocar em risco áreas de interesse especial.

Por ora, Hanlon acredita que nem tudo das missões espaciais deva ser preservado. Inicialmente, ela sugere que seja firmado um acordo internacional, com os locais de pouso e impacto da missão Apollo 11, dos EUA, que trouxe os primeiros humanos à Lua; a Luna 2 soviética que executou o primeiro pouso lunar bem sucedido; e a chinesa Chang’e 4 com seu rover Yutu 2, que são a primeira nave espacial a explorar o outro lado da Lua.

Entretanto, o desenrolar de maiores detalhes sobre quais lugares ou objetos valem a pena ser protegidos, bem como as melhores formas de preservá-los permanecem em debate e aguardam uma determinação científica.

Via: Space.com

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