Lançamento do foguete da missão Artemis 1 poderá ser diferente do planejado; entenda

Por Isabela Valukas Gusmão, editado por Lucas Soares 01/09/2022 21h55
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Imagem: Fotografia de um foguete da NASA. Créditos: 3Dsculptor/Shutterstock
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Depois de adiarem o lançamento do foguete Space Launch System (SLS), da missão Artemis 1, na última segunda-feira (29), colaboradores da NASA afirmaram que pretendem realizar uma segunda tentativa no próximo sábado (3).

Em uma coletiva de imprensa na noite de terça-feira (30), o gerente de programa da NASA, John Honeycutt, anunciou que sua equipe de engenharia acredita que, apesar de o motor ter atingido a temperatura esperada, o sensor não apontou o valor adequadamente.

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No dia do lançamento, os controladores de voo da NASA interromperam a primeira tentativa ao não conseguirem verificar se um dos quatro motores principais do foguete SLS havia sido devidamente resfriado a uma temperatura de -251ºC antes da ignição. Esse procedimento precisa ser feito para que os motores consigam lidar com a injeção de hidrogênio líquido muito frio e propulsores de oxigênio.

Com a descoberta do problema, a NASA trabalha para encontrar uma solução para o sensor, porém, essa é uma tarefa difícil, pois uma substituição, por exemplo, exigiria uma reversão para o Edifício de Montagem de Veículos no Kennedy Space Center, na Flórida, a poucos quilômetros da plataforma de lançamento. Essa situação atrasaria o lançamento do foguete até meados de outubro. Durante esse tempo, a agência espacial alega que pode haver o desgaste no foguete, que já está montado há quase um ano inteiro.

Honeycutt disse não duvidar de que o hidrogênio líquido estava fluindo para o motor três durante a contagem regressiva do lançamento, bem como ele garante a funcionalidade dos outros sensores, incluindo as medidas de pressão, que indicaram um ambiente devidamente esfriado.

Novo plano de voo para o foguete SLS

Agora, o gerente e sua equipe trabalham em um plano de “lógica de voo” que permitiria que o foguete fosse lançado sem obter bons dados do sensor de temperatura do motor. Se isso realmente acontecer, alguns funcionários da NASA precisaram modificar alguns pontos na plataforma de lançamento, isso inclui inspecionar a área onde houve o vazamento de hidrogênio. Se essas modificações forem suficientes e cobrirem os pontos necessários para realizar o voo sem intercorrências, a agência espacial deve começar a contagem regressiva nesta quinta-feira (1). Logo, as operações de abastecimento devem começar na manhã do sábado (3).

Ainda não está bem claro quais seriam as implicações do lançamento com um motor principal mais quente do que o normal. Do ponto de vista da física, acender propulsores super refrigerados e um motor mais quente do que o esperado provavelmente, causaria no mínimo um dano severo no motor RS-25.

A NASA tem até o dia 5 de setembro para lançar o propulsor antes que ele seja retirado da plataforma para reforma. Além das peças, a agência espacial está monitorando as condições do tempo e gerenciando outras medidas técnicas. Se a previsão do tempo não estiver favorável, e a NASA cancelar a tentativa, provavelmente o lançamento será marcado para o dia 5 de setembro.

Via: Arstechnica

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Isabela Gusmão é estagiária e escreve para a editoria de Ciência e Espaço. Além disso, ela é nutricionista e cursa Jornalismo, desde 2020, na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.