A onda de calor e a subsequente seca que vem assolando a Europa nos últimos meses fizeram diminuir o nível da água de rios e lagos, acidentalmente revelando uma série de artefatos curiosos em seus leitos, desde uma inscrição sinistra do século 16 até um “Stonehenge espanhol”.

A novidade mais recente é uma flotilha de 20 navios alemães da Segunda Guerra Mundial descoberta em uma parte do Rio Danúbio, perto do vilarejo de Prahovo, na Sérvia.

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Além das torres de artilharia, mastros quebrados e pontes de comando, as embarcações contêm toneladas de munições não utilizadas que oferecem risco a pescadores, viajantes e à fauna local.

“A flotilha ameaça desencadear um grande desastre ecológico que põe em risco todo o povo de Prahovo”, declarou Velimir Trajilovic, historiador local.

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Embora alguns dos destroços tenham sido removidos após o fim da guerra, grande parte deles ainda reside no leito do Danúbio, obstruindo a passagem de barcos, sobretudo com a seca e a diminuição do nível da água. O governo sérvio anunciou neste ano uma operação de 30 milhões de dólares com o objetivo de remover os navios.

Nazistas em retirada

Em 1944, os navios foram deliberadamente naufragados pelos próprios nazistas enquanto eles batiam em retirada do Mar Negro, fugindo do exército soviético.

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Durante uma tentativa fracassada de chegar ao território alemão através do Rio Danúbio, a flotilha se viu sob fogo pesado do Exército Vermelho, o que levou o seu comandante a ordenar o naufrágio dos navios nas proximidades de Prahovo.

Afundados em um padrão de ziguezague, eles serviriam para retardar o avanço dos soviéticos rumo à Alemanha, estratégia que se mostrou ineficaz.

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Seca no Danúbio

Segundo maior rio da Europa, o Danúbio também é um dos dez sistemas fluviais mais ameaçados do mundo. Sua fragilidade é uma consequência das inúmeras intervenções humanas no decorrer dos séculos 19 e 20, e agora está exacerbada com a atual onda de calor e a seca severa que atingem o continente.

Segundo a Comissão Internacional para a Proteção do Rio Danúbio, os reservatórios, barragens, reservatórios, canais de navegação e outras estruturas construídas no principal tronco do rio durante os dois últimos séculos reduziram significativamente o fluxo do rio.

A bacia do Danúbio abriga mais de 80 milhões de pessoas no sudeste da Europa, das quais 20 milhões dependem diretamente do rio para obter água, o que vem se tornando cada vez mais difícil com o avanço da seca.

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