Após passar seis meses a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), no ano passado, o astronauta francês Thomas Pesquet alertou para os efeitos das mudanças climáticas, visíveis inclusive do Espaço. Ele acredita que investir na exploração espacial pode ter um efeito benéfico, apesar de contribuir, de certa forma, com a emissão de gases de efeito estufa.

Ele, que já esteve no Espaço em 2016, disse que as consequências da atividade humana ficaram ainda mais evidentes neste última visita. De sua vista privilegiada do planeta, o astronauta viu as geleiras recuarem e o aumento de eventos climáticos extremos.

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Além de astronauta, Pesquet também é embaixador da Boa Vontade da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Por isso, enquanto esteve a bordo da ISS, ele apoiou a pesquisa da FAO sobre inovação agrícola e métodos de produção de alimentos.

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Segundo Pesquet, “quando você olha para a Terra da estação espacial, é absolutamente mágico”. Ele destaca que apesar de não estar tão longe do planeta, o sentimento de vastidão habitualmente sentido no solo, fica diminuto. “Quando você dá um passo para trás e vê a Terra em sua totalidade, de repente você entende que vivemos em um oásis no cosmos”. Ele assegurou que essa visão e conscientização fizeram com que ele quisesse valorizar a Terra e protegê-la.

De acordo com o astronauta, os efeitos das mudanças climáticas estão cada vez mais intensos ano após ano. “Minha primeira missão foi 2016-2017, e minha segunda missão foi cinco anos depois, em 2021. Eu podia ver um aumento líquido na frequência e a força de fenômenos climáticos extremos como furacões, como incêndios florestais”, disse.

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Há esperança para o planeta Terra

Felizmente, Pesquet vê uma porta no fim do túnel, inclusive com a exploração espacial como um meio de ajudar o planeta, afinal, “temos satélites que podem observar a Terra e medir variáveis como as alturas das ondas, a temperatura do mar, o gelo nas calotas polares recuando”.

Além disso, ele disse que há diversos experimentos em curso que visam a proteção da Terra. Dentre os exemplos citados pelo astronauta, está o comportamento dos fluidos em órbita. Essa pesquisa busca compreender como o movimento do magma e da lava dentro do planeta, e o movimento das ondas no oceano podem ajudar a prever alguns dos eventos climáticos mais extremos que afetam nosso ambiente.

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A necessidade de limitar recursos como água, comida e até mesmo oxigênio, a bordo da Estação Espacial Internacional trouxe outras perspectivas a Pesquet. Ele acredita que possa ser utilizada técnica semelhante na Terra. “Eu acho que as pessoas na Terra podem aprender muito sobre como a tecnologia espacial lida com a água, como reciclamos água, como reciclam oxigênio no ar”, ressaltou o embaixador da FAO/ONU.

Explorações espaciais não são ambientalmente amigáveis

Thomas Pesquet reconhece que as viagens espaciais também são produtoras de gases de efeito estufa, mas para ele, as viagens são um “mal necessário”. Ainda, o francês acredita que os efeitos negativos e positivos devem ser pesados e considerados em suas devidas proporções. “Há tão poucos lançamentos de foguetes que comparados à aviação, carros ou outras indústrias, nosso impacto é insignificante”, alegou.

Ao olhar para o futuro, o astronauta se diz otimista, pois “somos criativos o suficiente, temos a tecnologia e temos a vontade. Se pudermos fazer uma estação espacial voar, então podemos salvar o planeta”.

Via: CNN World

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