Um novo estudo da ONG Climate Central prevê que aproximadamente 650 mil propriedades individuais ficarão submersas nos Estados Unidos até 2050, em decorrência do aumento do nível do mar. A pesquisa leva em conta as atuais taxas de emissão de gases poluentes.

“Conforme o mar sobe, a maré invade não apenas o litoral, mas o interior também”, afirma Don Bain, consultor sênior da Climate Central e líder do estudo. “As pessoas ainda não perceberam isso. Não pararam pra pensar que as casas e os pertences delas serão tomados pelo mar.”

O estado norte-americano mais vulnerável é o da Louisiana, banhado pelo Golfo do México. Segundo as previsões da ONG, mais de 25 mil propriedades poderão estar submersas em 2050 somente no estado. Um de seus territórios, a Ilha de Jean Charles, lar ancestral da tribo indígena Biloxi-Chitimacha-Choctaw, já está 98% debaixo d’água.

O nível do mar e a economia

O estudo não se limita à quantidade de terra que será “engolida”, mas também calcula as sequelas econômicas do aumento no nível do mar, sobretudo através da análise das perspectivas de valor de propriedade.

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O prejuízo em ativos de propriedades totalizaria 108 bilhões de dólares até o final do século. De acordo com o estudo, “a diminuição do valor de propriedade resultaria em uma base tributária menor, o que acarretaria em menores receitas fiscais e baixo investimento em serviços públicos”. Além disso, menos dinheiro proveniente de impostos significaria uma menor verba para combater os efeitos das mudanças climáticas, o que criaria um ciclo vicioso de devastação.

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Um pingo de esperança

Mas os pesquisadores não estão totalmente sem esperança. Embora os humanos quase certamente precisem se adaptar ao aumento do nível do mar, alguma mitigação ainda é possível.

“Se agirmos em conjunto, podemos chegar a uma curva mais baixa, e isso nos dá tempo”, disse Bain. “Não queremos que o nível do mar suba tão rápido a ponto de superar nossa capacidade de adaptação.”

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