Uma equipe de pesquisadores afiliados a várias instituições nos EUA desenvolveu uma vacina para o HIV que se mostrou bem promissora em macacos rhesus. Em seu artigo publicado na revista Science Translational Medicine, o grupo descreve a abordagem adotada no desenvolvimento da nova vacina e como ela funcionou quando testada em macacos.

À medida que a pandemia progrediu pudemos perceber que, embora uma vacina para o COVID-19 tenha sido desenvolvida rapidamente, ainda não há uma vacina para o HIV. A razão para isso, observam os pesquisadores, é porque o HIV-1 evolui muito mais rápido que o vírus SARS-CoV-2. Mas isso não significa que os cientistas médicos desistiram – ainda há muito trabalho sendo feito por muitos grupos ao redor do mundo. Nesse novo esforço, os pesquisadores adotaram uma abordagem multifacetada para o desenvolvimento de sua vacina.

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Vacinação

Os pesquisadores começaram observando que as possíveis vacinas para o HIV tendem a se concentrar em fazer com que o corpo produza anticorpos que se ligam a certas partes do vírus. Geralmente, isso envolve o desenvolvimento de vacinas que incitam anticorpos que se ligam a uma proteína de pico no vírus que impede que ele se ligue e, assim, infecte uma determinada célula. 

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Porém, o problema com essa abordagem é que o HIV muda sua proteína de pico muito rapidamente. Isso significa que uma vacina contra o HIV bem-sucedida precisará ser capaz de atingir vários anticorpos neutralizantes que cobrem um amplo espectro de proteínas.

Pesquisas anteriores mostraram que algumas pessoas produzem naturalmente anticorpos amplamente neutralizantes (bnAbs), e os cientistas vêm tentando imitar essa capacidade. Para isso, eles observam que o HIV-1 possui seis subunidades que auxiliam na infecção; três que se ligam às células alvo e três que se fundem com as membranas celulares. Os pesquisadores encontraram um paciente que havia sido infectado com HIV aos três anos de idade que tinha um bnAb natural e, portanto, proteção contra todas as subunidades. Com muito esforço, a equipe encontrou uma maneira de isolar e imitar os anticorpos naquele paciente e depois os usou para desenvolver sua vacina. Eles também adicionaram um adjuvante – um produto químico conhecido por ajudar na resposta imune.

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Testando sua nova vacina com macacos rhesus (na versão macaco do HIV), eles descobriram que é parcialmente eficaz naqueles que receberam doses baixas e altamente eficaz naqueles que receberam uma dose completa – dois de sete não foram infectados após exposições repetidas.

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