A Califórnia apresentou ação judicial antitruste contra a Amazon, acusando a empresa de violar a Lei Cartwright e a lei estadual de concorrência por meio de suas regras de preços.

De acordo com o Procurador-Geral, Rob Bonta, a Amazon estaria limitando a concorrência ao impossibilitar que vendedores ofereçam preços mais baixos em outros sites, sem ser o dela. E caso algum vendedor faça isso, corre o risco de perder seus botões importantes como o de “Comprar agora” e “Adicionar ao carrinho” em diversos produtos.

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Esses botões são um dos principais impulsionadores de vendas para empresas que vendem pela Amazon, e perdê-los pode prejudicar rapidamente seus negócios.

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Isso é um ponto muito decisivo para os vendedores, pois muitas vezes eles recusam oferecer preços mais baixos em outros sites além da Amazon, mesmo com o custo de uso desses sites podendo ser menor. 

E como a Amazon é de longe a maior varejista online, os vendedores preferem aumentar seus preços em outras plataformas do que arriscar perder suas vendas na empresa, disse a denúncia, citando entrevistas com vendedores, concorrentes e consultores do setor.

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“Sem concorrência básica de preços, sem diferentes sites online tentando superar uns aos outros com preços mais baixos, os preços se estabilizam artificialmente em níveis mais altos do que seria o caso em um mercado competitivo”, diz a denúncia.

“Se você pensar nos californianos pagando um pouco mais por cada produto que compraram online ao longo de um ano, quanto mais uma década, que é o que está em questão aqui, a magnitude coletiva do dano aqui é muito abrangente”, declarou Bonta, durante uma entrevista coletiva anunciando o caso.

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Amazon
Imagem: Worawee Meepian/Shutterstock

Caso o processo seja aceito, ele impedirá quaisquer contratos considerados anticompetitivos e notificará os vendedores de que eles estão livres para diminuir os preços em outros lugares e sites. 

Além disso, a Amazon também terá que pagar indenizações, devolver “ganhos obtidos ilegalmente” e nomear um supervisor aprovado pelo tribunal.

Alex Haurek, porta-voz da empresa, afirmou em uma declaração que a Califórnia tinha a situação “exatamente ao contrário”, e que terceiros ainda têm controle sobre os preços. “Os vendedores definem seus próprios preços para os produtos que oferecem em nossa loja”.

A Amazon espera que o processo seja indeferido, afirma Haurek, e se orgulha de oferecer preços baixos “na mais ampla seleção e, como qualquer loja, nos reservamos o direito de não destacar ofertas para clientes que não tenham preços competitivos”.

Vale ressaltar que a empresa está passando por um crescente escrutínio governamental de suas práticas. A Comissão Federal de Comércio vem investigando questões que vão desde grandes aquisições até dicas de motoristas retidos.

Enquanto isso, a pressão da União Europeia fez com que a Amazon revisse seu programa de vendas e melhorasse as chances de terceiros competirem com vendas diretas. A empresa de tecnologia recusou essas medidas e chegou a exigir a recusa do presidente da FTC, bem como os pedidos da agência para entrevistar executivos. 

Via: The New York Times | Engadget 

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