Em uma entrevista para o jornal espanhol El Independiente, o egiptólogo Zahi Hawass declarou que “vai revelar em breve a múmia da Rainha Nefertiti”, esposa principal do faraó Akhenaton e mãe de Tutancâmon, também conhecido como rei Tut.

Para alguns estudiosos, como Hawass, Nefertiti, que viveu entre cerca de 1370 e 1330 a.C, governou o Egito como rainha após a morte de seu marido. Para confirmar sua hipótese, o pesquisador está em busca do túmulo e do corpo da possível governante egípcia.

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Segundo o egiptólogo, “já temos DNA das múmias da 18ª dinastia, de Akhenaton a Amenhotep II ou III e há duas múmias não nomeadas rotuladas KV21a e b”. Ele espera que ainda em outubro sejam anunciadas as múmias de Ankhesenamon, esposa de Tutankhamon, e de sua mãe, Nefertiti. Atualmente, Hawass está no comando de uma exposição chamada “Filhas do Nilo”, cujo foco são as mulheres no Egito faraônico.

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Além disso, ele conta com uma outra tumba, a KV35, que contém a múmia de um garoto de 10 anos. Se Hawass conseguir provar que essa criança é o irmão de Tutankhamon e filho de Akhenaton, a questão sobre Nefertiti será resolvido. “Tenho certeza de que revelarei qual das duas múmias não nomeadas pode ser Nefertiti”, declarou Hawass.

Como era feito o processo de mumificação no Egito

Quando um líder egípcio faleceu, era comum que os seus restos mortais fossem mumificados, em um processo que levava mais de 70 dias, segundo informações Museu Smithsonian, em Washington D.C, nos EUA.

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O processo de mumificação começava com a retirada de todos os órgãos internos, exceto o coração. Pedaços do cérebro eram retirados pelo nariz, com o uso de ferramentas específicas. Em seguida, essas partes eram colocadas em um recipiente, que era enterrado junto com os despojos mortais.

A próxima etapa consistia na desidratação do corpo com um sal especial chamado natron, que era colocado dentro e fora do organismo. Terminado esse processo, o indivíduo era embrulhado em linho e colocado dentro de uma tumba.

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Com o passar do tempo, novas formas de mumificação e preservação de corpos foram descobertas, como por exemplo o uso do espírito de vinho e cal, e mais recentemente, a aplicação do formol.

Muitos objetos não descobertos podem ser perdidos

Segundo Hawass, ainda há muitos artefatos e tumbas que ainda não foram analisadas. “Mal encontramos 30% de tudo o que é subterrâneo. Há alguns dias, uma missão encontrou tumbas dentro de várias casas em Alexandria”, disse.

O pesquisador se preocupa com o avanço da modernidade e das mudanças climáticas que podem provocar uma possível perda de alguns dos tesouros desconhecidos do Egito Antigo. “Eu sinceramente acredito que [a principal ameaça à conservação do patrimônio egípcio] é a mudança climática”, declarou.

Para o egiptólogo, “deve haver um centro para controlar as mudanças climáticas e o turismo” para que esses artefatos sejam devidamente preservados. “Se deixarmos a situação como está agora, em um século, todos os túmulos terão desaparecido completamente. Uma vez por ano eu costumo tirar uma foto das paredes do templo Kom Ombo e toda vez que eu volto 5% dos relevos têm desaparecido”, alertou.

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