Está cada vez mais próximo o momento em que o Teste de Redirecionamento duplo de asteroides (DART), da NASA, colidirá com o pequeno asteroide Dimorphos para testar a capacidade de defesa espacial em caso de perigo na Terra. Nesse período, outras missões também estão no radar das agências espaciais.

Se tudo ocorrer conforme o planejado, essa década em especial abrigará muitos avanços no setor de defesa planetária, já que várias agências espaciais ao redor do mundo têm visitado asteroides ao longo dos anos em busca de informações capazes de abastecer os bancos de dados com informações importantes para a defesa da Terra.

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Em entrevista à Space.com, Johnson assegurou que a NASA vai “trabalhar na tecnologia e técnicas que podem ser usadas para desviar um asteroide de uma trajetória de impacto, caso encontremos um”. Planos como esse, que a NASA pretende concretizar no dia 26 de setembro, remontam há quase 20 anos, quando cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA) consideraram realizar uma missão semelhante, mas essa possibilidade ficou apenas no campo das ideias.

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Em 2011, os representantes da NASA e da ESA discutiram uma potencial missão de deflexão conjunta chamada AIM (Missão de Impacto de Asteroides). A partir dela foi que surgiram as missões DART e a missão Hera da ESA, que atuará como sucessora da DART. A missão Hera tem como objetivo visitar Didymos e Dimorphos em 2026 para ver as consequências do impacto e realizar um estudo científico do sistema de asteroides duplos.

Esse experimento marca uma nova vertente da NASA, que até então havia se dedicado apenas ao campo científico. Segundo o diretor do Escritório de Coordenação de Defesa Planetária da NASA, Lindley Johnson, “a missão DART não significa uma mudança na política de pensar em objetos perigosos, mas sim uma continuação do trabalho feito até agora”.

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O Dimorphos, que mede 170 metros de largura, faz parte de um sistema binário, cujo outro integrante é o asteroide Didymos, de 780 metros de largura. A expectativa é de que com o “impacto cinético”, promovido pelo DART, a órbita de Dimorphos, ao redor de Didymos, seja alterada.

O diretor da NASA afirmou que outros testes serão feitos, mas para isso, será necessário considerar algumas características da tecnologia existente e do tipo de material que compõe o asteroide, pois para cada caso será aplicada uma técnica diferente.

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Grandes asteroides, grandes impactos

Por enquanto, os métodos de deflexão pensados devem funcionar para asteroides na escala de Dimorphos. Para asteroides maiores, o impacto precisará ser maior também. O cientista do Centro Nacional francês de Pesquisa Científica (CNRS) e principal pesquisador da missão Hera, Patrick Michel, alega que seria um “sonho” se alguma técnica criada fosse capaz de desviar a rota de um asteroide de 1 quilômetro de largura.

Para Michel apenas a potência da energia nuclear seria capaz de empregar a força necessária para mover um asteroide tão grande. O cientista destaca que, aparentemente a Terra está livre de uma ameaça tão grande, ao menos pelo próximo século. Logo, os pesquisadores têm algum tempo para se programar e estudar o que pode ser feito diante de uma situação como essa.

A busca por objetos espaciais próximos da Terra

Os astrônomos prevêem que existem cerca de 25.000 objetos consideráveis que cruzam a órbita da Terra. Os arredores do planeta são vigiados o tempo inteiro pelos numerosos observatórios terrestres e espaciais contribuindo.

Os telescópios Pan-STARRS, no Havaí, e o Catalina Sky Survey, no Arizona, são financiados pela NASA para realizar buscas por asteroides próximos à Terra. O Observatório Vera C. Rubin, no Chile, quando estiver pronto, contribuirá nessa busca. Estima-se que, no ritmo atual de descoberta, de 500 asteroide por ano, os astrônomos levarão mais 30 anos para encontrar todos os objetos espaciais.

Sem tempo a perder, o diretor da NASA contou que a agência planeja lançar a missão NEO Surveyor até 2026. O telescópio espacial infravermelho, neo surveyor, que integrará a missão, será responsável por procurará e caracterizará todos os asteroides em uma área 50 milhões de quilômetros da Terra, em até 10 anos.

Via: Space.com

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