Anéis de Netuno mostrados em imagem incrível feita pelo James Webb

Por Isabela Valukas Gusmão, editado por Acsa Gomes 21/09/2022 12h03, atualizada em 22/09/2022 14h15
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O Telescópio Espacial James Webb registrou uma clara imagem dos anéis de Netuno, o sétimo planeta do Sistema Solar. Nem mesmo em 1989, com a Voyager 2 da NASA, a primeira espaçonave a observar o planeta, foi possível capturar todas as estruturas apontadas na imagem de James Webb.

As câmeras do telescópio revelaram o gigante do gelo, localizado a 30 anos de distância da Terra, sob uma nova luz. Além de vários anéis brilhantes e estreitos, a imagem de Webb mostra claramente as faixas de poeira mais fracas de Netuno.

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O especialista em sistema de Netuno e cientista interdisciplinar de James Webb, Heide Hammel, alegou que essa foi a primeira vez que os anéis foram vistos no infravermelho. Hammel também disse que a qualidade da imagem é extremamente estável e precisa, o que permitiu a visualização de anéis tão fracos pairando tão perto de Netuno. James Webb também capturou sete das 14 luas conhecidas de Netuno, incluindo a grande e incomum lua de Netuno, Tritão.

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Imagem: Anéis e luas de Netuno são destacadas na imagem feita por James Webb. Créditos: NASA, ESA, CSA, STScI

A imagem feita pela Câmera Infravermelha Próxima (NIRCam) de Webb varia de 0,6 a 5 mícrons, de modo que Netuno não se pareça azul. O gás metano presente na atmosfera do planeta absorve tão fortemente a luz vermelha e infravermelha que tornam as imagens obtidas bastante escuras nesses comprimentos de onda. Essa situação só não é vista quando as nuvens em alta altitude estão presentes. Essas nuvens refletem a luz solar antes que ela possa ser absorvida pelo gás metano.

Cor azul de Netuno e o brilho de Tritão

Conhecido como gigante de gelo devido à composição química de seu interior, Netuno é frequentemente comparado com os outros gigantes gasosos do Sistema Solar, Júpiter e Saturno. Entretanto, o planeta “azul” é muito mais rico em elementos mais pesados que hidrogênio e hélio, o que configura a ele aparência azulada nas imagens feitas pelo Telescópio Espacial Hubble em comprimentos de onda visíveis.

Apesar de o polo norte do planeta estar fora de vista para os astrônomos, as imagens de Webb sugerem um brilho intrigante nessa área. Em contrapartida, no polo sul, o telescópio revelou uma faixa contínua de nuvens de alta latitude ao seu redor.

A lua Tritão reflete uma média de 70% da luz solar que atinge o astro, graças ao nitrogênio congelado em sua superfície. Tritão possui uma órbita retrógrada (para trás) em relação a Netuno. Essa característica é alvo de especulação entre os astrônomos, já que eles estimam que esta lua poderia ter surgido do cinturão de Kuiper. Talvez essas suspeitas sejam respondidas no próximo ano, já que há estudos planejados para James Webb sobre o tema.

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Isabela Gusmão é estagiária e escreve para a editoria de Ciência e Espaço. Além disso, ela é nutricionista e cursa Jornalismo, desde 2020, na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).

Acsa Gomes
Redator(a)

Acsa Gomes é formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo pela FAPCOM. Chegou ao Olhar Digital em 2020, como estagiária. Atualmente, faz parte do setor de Mídias Sociais.