A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) voltou a alertar, na quarta-feira (21), sobre a reintrodução da poliomielite no Brasil. Segundo informações da Reuters, além do país brasileiro, a República Dominicana, Haiti e Peru também foram incluídos no alerta das regiões que mais correm risco de retorno da doença.
O cenário ocorre em meio à queda da cobertura regional de vacinação contra a pólio, que registra apenas 79%, a menor desde 1994. Atualmente, o Brasil está em campanha de vacinação, mas precisou prorrogá-la até dia 30 de setembro diante da baixa adesão. O prazo inicial da campanha, que começou em 8 de agosto, era até a sexta-feira (9).
“A pólio não é uma doença tratável. A prevenção é a única opção e só é possível com vacinas”, afirmou a diretora da OPAS, Carissa Etienne.

Ela acrescentou que Argentina, Bahamas, Equador, Panamá, Suriname e Venezuela também foram identificados como países de alto risco e que quase toda a América do Sul atualmente tem cobertura vacinal abaixo de 80%.
Vacinação contra a poliomielite no Brasil
Recentemente, um levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostrou que apenas duas a cada cinco crianças brasileiras estão protegidas em 2022 contra a poliomielite. Vale destacar que o vírus da pólio é o causador da paralisia infantil, mas também pode afetar adultos.
Mesmo com a prorrogação da campanha a porcentagem ainda não alcança a meta do Ministério da Saúde, que era de vacinar ao menos 95% das 11,5 milhões de crianças. Até a última sexta-feira (16), apenas 44% das crianças entre um e quatro anos receberam o reforço da vacina.
Desde de 2020 a Opas chama atenção para os riscos inerentes à doença no país. Segundo dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), a última vez que o Brasil alcançou a meta de cobertura contra a pólio foi em 2015. Desde 2018, a marca de 80% não é ultrapassada, o que também indica que, embora a pandemia de Covid-19 tenha colaborado para o baixo número de vacinados, a queda começou antes do surto de coronavírus.
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O Brasil é considerado um país livre da pólio desde 1994, mas com a baixa adesão vacinal os riscos de volta da doença aumentaram, especialmente após o registro de novos casos no exterior, como nos Estados Unidos, que registrou o primeiro caso de poliomielite em dez anos em julho deste ano. Casos também foram detectados em Londres e Jerusalém.
O esquema de imunização contra a poliomielite é composto de cinco doses: as três primeiras com a vacina injetável de vírus inativada aos 2, 4 e 6 meses de idade. Depois, há dois reforços com a famosa gotinha, administradas com 1 e 4 anos.
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