- Tela externa mais larga e menos alta
- Câmeras finalmente atualizadas
- Tela interna mais resistente
- Barra de tarefas para abrir apps em multitarefa
- Desempenho impecável
- Bateria e carregamento de 25W mantidos
- Poderia ser mais fino e leve
- Câmeras selfie são as mesmas
- Preço segue alto demais
Testei na última semana o Z Fold 4, novo smartphone dobrável flagship da Samsung, e mesmo em pouco tempo dá para dizer que considero o novo modelo uma bela evolução em relação ao Galaxy Z Fold 3 (leia meu review), apesar de não parecer a primeira vista. O novo modelo supera o anterior em todos os quesitos, com mudanças incrementais e até sutis, mas que, na prática, fazem toda a diferença.

Desde que você tira ele da caixa, que mais uma vez não vem com carregador, a sensação é a de estar abrindo o mesmo aparelho. Ao olhar um pouco melhor, vemos que ele tem algumas diferenças, seu design tem bordas mais retas, e é mais clean, a tela externa tem um formato que é levemente mais próximo do que consideramos o normal para um smartphone.
Review do Galaxy Z Fold 4 em vídeo
Mudanças sutis de design fizeram a diferença
Na minha semana de review com o Z Fold 4, devo dizer que a melhor mudança foi no design, com uma tela externa mais larga e menos alta, algo que (finalmente) a torna usável no dia a dia. Um detalhe que pode parecer despercebido é a leve redução de todas as bordas, aproveitando melhor o espaço disponível. Isso aumenta a sensação de imersão.

Outro ponto no qual ele deixa o seu antecessor muito para trás no desempenho do Snapdragon 8+ Gen 1, que ainda ajuda na duração da bateria, assim como no seu carregamento. Além disso, ele conta com câmeras melhoradas com novos sensores que capturam melhor a luz durante a noite.
Boa parte desse review foi escrita diretamente do Z Fold 4, em alguns momentos usando o teclado da sua tela interna, mas na maior parte do tempo com um teclado Bluetooth e um mouse.

Para mim, o Z Fold 4 é uma evolução em relação aos modelos originais, resolvendo alguns dos problemas, com câmeras mais atualizadas, e uma tela externa menos alta e estranha, e assim, mais fácil de usar no dia a dia.
As palavras-chave do Galaxy Z Fold 4 são elegância e refinamento. Se a terceira geração da linha Z Fold ainda parecia meio desajeitada, aqui tudo faz mais sentido.
Z Fold 4 x Z Flip 4
Antes de continuarmos esse review, acho que vale comparar rapidamente a linha Z Fold com a linha Z Flip. O grande sucesso de vendas do mercado de dobráveis é o Z Flip, mas para mim, a linha Z Fold é o formato de smartphone dobrável que mais faz sentido. Por mais que eu tenha gostado da minha experiência testando o Z Flip 3, gostei bem mais de escrever a resenha do Z Fold 3, assim, fico feliz de ver que ele está evoluindo.

É claro que essa é uma questão de gosto pessoal, mas para mim, é muito mais lógico ter um tablet dobrável no bolso do que simplesmente um smartphone que ocupa menos espaço. Eu não me incomodo em nada nem de levar um aparelho volumoso como S22 Ultra no bolso, assim esse é um problema que eu realmente não tenho com a linha Fold. É claro que ele pesa muito mais no bolso, e não dentro dele, mas aí é outra questão.
O André Fogaça esteve com a Samsung no lançamento dos dois modelos em Nova York e fez nosso hands-on dos aparelhos no começo do mês. Meu amigo e fiel escudeiro na editoria de reviews testou o Z Flip 4, e gostou mais desse formato do que do Fold 4. Eu acho isso normal, uma questão de gosto pessoal, mas ambos os modelos contam com seus atrativos.
Design aprimorado, tela externa e tela interna
A primeira vista, o Z Fold 4 é absolutamente idêntico ao Z Fold 3, mas ele tem sim algumas mudanças pontuais que tornam esse um aparelho muito melhor. A tela externa continua com 6,2 polegadas, mas agora tem um formato 23.1:9, bem mais agradável do que os 25:9 do modelo anterior.

Além disso, a resolução dessa tela externa também foi levemente melhorada, e agora tem 2316 x 904 pixels, uma definição melhor que os 2268 x 832 pixels do Z Fold 3.
A tela interna, grande destaque da linha Fold, tem os mesmos 7,6 polegadas do Z Fold 3, mas com uma proporção diferente, resultando em um formato levemente mais quadrado, por conta da mudança na tela externa.

A nova tela tem formato 21.6:18 e resolução de 2176 x 1812 pixels, contra o formato de 22.5:18 e a resolução 2208 x 1768 pixels do modelo de 2021. O detalhe interessante é que no Z Fold 4 essa tela ocupa 90,9% da área interna disponível, contra 88,8% do Z Fold 3, ou seja, as bordas foram reduzidas.
Além disso, o vinco que aparece na tela interna quando aberta foi reduzido, mas ainda está lá, algo que ainda pode ser melhorado nas próximas versões do Z Fold. De qualquer forma, ele só é visível quando você está olhando para a tela de algum ângulo, pois se estiver de frente para ela, ele praticamente some.

O Z Fold 4 é levemente mais fino, 6,3 mm contra 6,4 mm do Z Fold 3. A diferença de espessura é praticamente imperceptível, mas no peso, dá para sentir a diferença. Pesando 263 gramas, ele é um pouco mais leve que os 271 gramas do modelo antigo.
O Z Fold 4 mantém o acabamento fosco da traseira, com três opções de cores, preto, creme e grafite, a que testamos. Além disso, existe uma quarta cor que é exclusiva da Samsung, vinho. Todos parecem muito bonitos, mas para o meu gosto pessoal, o preto ou grafite são os mais atrativos.
Finalmente um dobrável da Samsung com ótimas câmeras

Algo que evoluiu e muito no Z Fold 4 foram as câmeras, que estão agora no nível de um Galaxy S22 e do S22+, incluindo um zoom muito melhorado em relação ao modelo do ano passado.

O novo conjunto de câmeras do dobrável tem um ótimo zoom óptico de 3x (contra os 2x do Z Fold 3), e um zoom digital de até 30x, ainda que com resultados não tão bons.


Graças aos dois sensores herdados do Galaxy S22 e do S22+, especialmente a câmera principal de 50 MP com abertura F/1.8, o novo flagship dobrável da Samsung agora tem o recurso Nightography, que permite tirar fotos em ambientes totalmente escuros, como você pode ver nos exemplos acima e abaixo.

Abaixo, faço uma comparação de fotos tiradas com e sem o modo noturno do Z Fold 4.

Na imagem acima, vemos uma paisagem de São Paulo de noite sem o modo noturno, e abaixo, com o recurso ativado, com um resultado muito melhor, inclusive mostrando mais cores e detalhes.

Dentro de casa, o resultado é ainda mais impressionante, como você pode ver na comparação abaixo.

Assim, o novo conjunto de câmeras do Z Fold 4 tira fotos noturnas muito melhores do que o seu antecessor. As fotos ainda não chegam perto das câmeras do S22 Ultra, mas pela primeira vez estão entregando fotos e vídeos que não parecem feitos em um flagship de várias gerações atrás.

Se no ano passado, o Z Fold 3 me decepcionou por contar com câmeras defasadas no seu conjunto de câmeras triplo, dessa vez a Samsung caprichou bem mais.

Também gostei da nova telefoto de 10 MP, com destaque para o já citado zoom óptico de 3x, que funciona muito bem para vídeos e para fotos, como você pode ver acima e abaixo.

Para não ficar só nos elogios, o calcanhar de aquiles desse smartphone acaba sendo sua câmera ultrawide, a mesma do seu antecessor, com 12 MP e ângulo de captura de 123˚. Nas fotos abaixo, uma comparação das cores da ultrawide com a câmera principal e a telefoto com zoom de 3x.


A Samsung conseguiu equilibrar o resultado de cores com as outras duas câmeras, mas esse sensor acaba ficando muito ultrapassado em relação aos já citados S22 e S22+, que contam com uma câmera ultrawide mais recente com os mesmos 12 MP, mas que tem recursos como o Super Steady Video.

Para os testes com o Galaxy Z Fold 4, levei ele até o Beco do Batman, para ver como ele se saía com as cores dos grafites espalhados por todas as paredes. O resultado foi muito melhor do que eu esperava, assim posso confirmar que a linha Fold finalmente ganhou uma câmera de verdade, depois de algumas gerações perdidas com câmeras mais antigas da Samsung.
Confira abaixo mais algumas imagens tiradas com a câmera do Z Fold 4.





Câmeras selfies foram mantidas, mas densidade de pixels da interna melhorou
Assim como seu antecessor, o Z Fold 4 oferece várias possibilidades de fotos selfie, com a câmera externa, a câmera interna sob a tela e com a três câmeras principais, invertendo a tela para visualização.

A Samsung não mexeu na câmera selfie da tela externa, que continua com 10 MP, e nem na câmera selfie que fica sob a tela interna. Essa câmera segue com 4 MP, mas teve a densidade de pixels foi muito aumentada, tornando essa câmera mais imperceptível ou até invisível quando você está assistindo a algum vídeo.

Com essa pequena mudança, as imagens da câmera selfie da tela interna ficam mais definidas, especialmente em condições de boa luminosidade.

A melhor opção para o usuárioé usar a câmera principal para tirar suas selfies, o que gera fotos de ótima qualidade. Além disso, a Samsung facilitou o acesso a esse recurso com um botão mais visível do que no Z Fold 3.
Z Fold 4 tem um desempenho impecável
Esse foi o meu primeiro review de um dispositivo com o Snapdragon 8+ Gen 1, e devo dizer que o desempenho do Galaxy Z Fold 4 é de tirar o fôlego. Tudo roda perfeitamente, e em mais de 7 dias de uso intenso, nada travou.
É claro que ele roda apps e jogos muito melhor do que o do Z Fold 3, mas a verdade é que o Snapdragon 888 modelo anterior já dava conta de praticamente tudo o que você precisa em um smartphone.
Duração da bateria
No novo processador flagship da Qualcomm, não só todos os apps e jogos rodam muito mais rápido, mas com uma maior eficiência energética. Assim, apesar da bateria ser a mesma do Z Fold 3, com 4400 mAh, ela dura mais.
A minha sensação é que a bateria do Fold 4 dura mais que a do Fold 3, mas isso acontece pelo gerenciamento de energia do novo Snapdragon 8+ Gen 1 do Fold 4 em relação ao Snapdragon 888 do outro modelo.
Nos meus testes assistindo a The Sandman na Netflix, a bateria do Z Fold 4 durou quase 12 horas. Além disso, durante a última semana, eu não passei em momento nenhum pela situação de ficar sem bateria durante o dia. Mesmo nos dias que trabalhei presencialmente, acabei sempre carregando o Z Fold 4 durante a noite, enquanto dormia.
Velocidade de carregamento é a mesma, mas só no papel
O que também foi mantido, pelo menos no papel, foi o carregamento de 25W. Mas, nos meus testes, vi que, na prática, ele carrega mais rápido que o Z Fold 3.
Só meia-hora na tomada é suficiente para 50% de carga. Se o modelo antigo levava cerca de 1 hora e 15 minutos para carregar, o novo faz isso em menos de uma hora. Parece pouco, mas é algo que acaba fazendo a diferença no dia a dia.
Além disso, ele conta com um carregamento sem fio um pouco mais rápido, 15W contra 11W, para aproveitar melhor os carregadores Qi.
Android 12L com barra de tarefas é excelente para multitarefa

No meu review do ano passado, gostei facilidade para rodar apps em multitarefa, mas no Z Fold 4, isso melhoru e muito, e foi algo que evoluiu bastante. O novo dobrável flagship da Samsung roda Android 12L com a interface One UI 4.1.1, que pelo menos até agora, ainda não foi liberada para o Z Fold 3, embora a expectativa seja essa.
O novo sistema conta com uma barra de tarefas que faz todo o sentido na tela interna, e facilita a tarefa de abrir outros apps em multitarefa. Para personalizar os apps que aparecem na barra de tarefas, basta trocar os que aparecem na barra de apps do Android.
O interessante é que você pode adicionar combinações de apps diretamente na barra de tarefas, e assim, abrir uma configuração de dois apps que costuma usar sempre no modo multitarefa, no meu caso, incluí um atalho para a dupla Instagram e Twitter.
Além dos apps básicos, a barra de tarefas também mostra os últimos apps abertos, outro detalhe que me ajudou a aumentar a produtividade durante o período de review, no qual estava usando o Z Fold 4 por mais de 10 horas por dia.
O Z Fold 4 segue suportando até 3 apps por tela, mas eu adoraria ter a opção de dividir a tela em 4 apps. A tela interna segue compatível com a caneta S Pen Fold Edition, o que também pode ser interessante para trabalhar, mas ainda não consegui testar o novo Fold com sua caneta stylus.
Com o Android 12L, a experiência de uso da One UI funciona muito bem, melhorando o que já era uma ótima interface para apps rodando em multitarefa. Com a nova barra de tarefas, e os gestos de deslizar dois dedos para abrir outro app, fica muito mais fácil, incentivando o usuário a efetivamente usar esse recurso.
Telas externa e interna são mais resistentes
Em termos de resistência, nada muda no novo modelo, que continua com certificação IPX8, ou seja, pode ser submergido em até 1 metro e meio de profundidade por meia-hora sem problemas, mas não leve ele para a praia, já que ele segue não sendo à prova de poeira ou areia.
A tela interna conta com vidro UTG 2.0, que segundo a Samsung, é até 20% mais resistente que o vidro UTG do Z Fold 3. Para deixar essa tela mais resistente, a Samsung usou uma camada de espuma que fica por trás do vidro. Essa parte eu felizmente não precisei testar, e a tela do Z Fold 4 permanece intacta.
Um grande problema do modelo anterior era a película da tela interna, que criava bolhas no vinco e acaba descolando com o tempo de uso. Em uma entrevista com Renato Citrini da Samsung, perguntei sobre o problema, e ele me disse que ela foi reformulada, com um novo adesivo que promete manter ela fixa na tela, mas isso só vamos poder avaliar com o tempo.
Agora a tela externa é protegida pelo vidro Gorilla Glass Victus+, e o aparelho veio para testes sem a película do modelo de 2021. Mas, como acontecia com o Gorilla Glass Victus do Fold 3, é recomendável tomar um bom cuidado, pois pela própria espessura do dispositivo, se ele for pro bolso com uma chave ou algo parecido, é bem possível que acabe arranhando a tela.
Preço é o calcanhar de Aquiles
Assim como no review do ano passado, o grande problema da linha Z Fold é o preço, mas se você procura um aparelho fora do comum como o Z Fold 4, sabe que vai ter que pagar mais por isso. Com 256 GB ele custa R$ 12.799 (ou R$ 11.519,10 à vista), e com 512 GB, R$ 13.799 (ou R$ 12.419,10 à vista).
Além disso, a Samsung também uma nova opção de armazenamento, 1 TB, mas essa só é vendida no site da empresa. Com 1 TB, ele passa a custar R$ 14.219,10 à vista ou R$ 15.799 no cartão.
Conclusão
O Galaxy Z Fold 4 é um refinamento do Z Fold 3, que eu já tinha adorado no meu review do ano passado, e um smartphone que resolve alguns dos maiores problemas do seu antecessor.
No Z Fold 4, a Samsung trocou as câmeras defasadas (angular e telefoto) por sensores mais modernos, exatamente os mesmos Galaxy S22 e S22+. Essa inclusão de uma câmera de melhor qualidade é algo inédito nos dobráveis da marca.
Apesar da câmera ultrawide ser a mesma de outras gerações, isso não chega a comprometer. Assim, você tem um sensor de 50 MP e uma telefoto de 10 MP com zoom óptico de 3x. Pela primeira vez, temos câmeras realmente boas em um dobrável da Samsung.
Poderia ser uma câmera ainda melhor? Com certeza, e pelo preço, acho que ele deveria ter uma câmera do nível do S22 Ultra, mas entendo a lógica da Samsung. O Z Fold 4 é um smartphone com outros custos bem altos, como sua tela UTG e o mecanismo de dobra.
A tela externa também foi levemente mudada, e agora é menos alta, com 3 milímetros a mais na lateral. Parece pouco e é, mas isso torna a tela mais usável no dia a dia. Ela podia ter uma proporção ainda mais normal? Sim, mas, na prática, é muito mais agradável usar a tela externa do Z Fold 4 do que a do Z Fold 3.
Fico feliz por ser um dos usuários que reclamou da tela externa e das câmeras do Z Fold 3, já que isso foi corrigido. A Samsung escutou seus usuários, que tanto sofreram com esses dois pontos na geração passada, e fez o que tinha que ser feito. O Z Fold 4 chega para resolver essas questões, mesmo com o mesmo visual aparente do seu antecessor.
Além disso, ele conta com o processador Snapdragon 8+ Gen 1, e é um dos dispositivos móveis mais rápidos que eu já usei. Com esse chip, ele tem desempenho de sobra, e apesar da bateria e carregamento serem os mesmos, ela dura mais e carrega mais rápido. O principal motivo para isso é o gerenciamento energético do atual chip topo de linha da Qualcomm.
Vale a pena trocar o Z Fold 3 pelo Z Fold 4? Acredito que não, pois mesmo com mudanças tão importantes, o modelo do ano anterior dá conta perfeitamente do recado. Para quem está entrando agora no mundo dos smartphones dobráveis, e prefere telas maiores do que compactas, o Z Fold 4 é o caminho natural.
O Z Fold 4 segue sendo um tablet que você pode dobrar e guardar no bolso, mas dessa vez a atenção da Samsung a alguns detalhes o tornou muito melhor. No fim das contas, o único defeito que eu encontro no Z Fold 4 é que ele custa bem caro. Quem pode pagar vai encontrar uma experiência bem superior a oferecida pelo Z Fold 3 no ano passado.
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Desempenho9.5
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Design10.0
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Câmeras9.0
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Bateria8.0
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Sistema/Interface10.0
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Tela10.0
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Conectividade10.0
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Resistência8.5