Na última sexta-feira (23), a ministra Maria Claudia Bucchineri do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que o Twitter revele quem é o dono do perfil “@jairmearrependi”. A conta com conteúdo satírico do presidente Jair Bolsonaro (PL) produziu um meme tendo como alvo o candidato Ciro Gomes (PDT).
A equipe de Ciro decidiu acionar a Justiça Eleitoral após a página ter divulgado um filtro com a mesma identidade visual de sua campanha eleitoral, mas com a expressão em francês “Je préfère”, que significa “eu prefiro”, com os nomes de Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSB).
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O termo em francês faz alusão ao fato de Ciro ter ido para Paris na época do segundo turno de 2018, na disputa entre Bolsonaro e Fernando Haddad (PT).
“Trata-se de representação eleitoral em face do filtro temático utilizado pelos representados, ante a nítida associação ao material gráfico utilizado pela candidatura do Senhor Ciro Gomes (…) O filtro “prefiro lula” está usurpando a identidade gráfica e o slogan de campanha do Senhor Ciro Gomes, senão vejamos a semelhança que causará, sem sombra de dúvidas, confusões na mente do eleitorado brasileiro”, diz a representação encaminhada à Justiça Eleitoral.
Na sua decisão, Bucchineri ordena a retirada do filtro das redes sociais e a divulgação do responsável pelo perfil no Twitter, sob pena de multa.
A rede social, no entanto, recorreu e apontou que há “obscuridade” na ordem. Segundo a plataforma, a decisão de expor o dono da página de humor pode “resultar em devassa gratuita e desnecessária da sua vida privada, causando efeito silenciador e afetando sua liberdade de expressão”.
Em uma nota divulgada em seu perfil, o dono da página “@jairmearrependi” afirma que “a paródia visual e a sátira em eleições é algo comum em todas as democracias”. O representante ainda apontou não ter nenhum problema com Ciro Gomes e seu eleitorado e prefere acreditar que o candidato “desconhece o envolvimento de seu nome nesse tipo de ação minúscula”.
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