As cobras são répteis que despertam a curiosidade de muitas pessoas, especialmente no quesito alimentação, já que muitas são capazes de consumir animais relativamente grandes quando comparados ao tamanho delas. Com isso em vista, pesquisadores detalharam a capacidade que as pítons birmanesas (Python molorus bivittatus) têm de estender suas mandíbulas para abocanhar uma presa.

Essa espécie foi escolhida porque sua capacidade é realmente extraordinária. As pítons birmaneses apresenta uma abertura mandibular que pode ser até seis vezes maior do que algumas cobras de tamanho similar. As pítons birmanesas são enormes e chegam a crescer até 5 metros de comprimento, conseguindo ingerir presas tão grandes quanto veados ou jacarés.

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As pítons birmanesas selvagens estão realmente vulneráveis à extinção em seu habitat natural, no sudeste da Ásia, devido à ocupação humana no local. Em contrapartida, na Flórida, onde essa espécie foi introduzida, espécies nativas estão sendo dizimadas, situação que prejudica o ecossistema.

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De acordo com o Live Science, o cientista ambiental Ian Bartoszek, que liderou o estudo, declarou que é possível visualizar uma mudança em tempo real no ecossistema floridense de Everglades, já que a cobra se alimenta de praticamente tudo aquilo que encontra em seu caminho.

A pesquisa de Bartoszek mostrou que as pítons birmanesas têm uma pele super elástica entre suas mandíbulas inferiores. Essa característica permite que elas devorem animais ainda maiores do que suas mandíbulas altamente móveis permitiriam. Esse ponto é determinante para definir o alimento dessas cobras, afinal, elas tendem a engolir suas presas inteiras, sem mastigá-las primeiro.

Além disso, para conseguir uma abertura tão ampla, o ligamento entre a mandíbula e o maxilar dessa píton é conectado vagamente por um ligamento bem elástico. Segundo o biólogo evolucionário e coautor do estudo, Bruce Jayne, apesar de a maioria das cobras apresentarem mandíbulas expansíveis, na píton birmanesa o grau de elasticidade é ainda maior.

Cobra píton é flagrada "vomitando" serpente da mesma espécie
Cobra píton é flagrada “vomitando” serpente da mesma espécie (Imagem: Redes sociais)

Comparação entre cobras similares

Ao comparar cobras de tamanhos similares e o tamanho de suas eventuais presas, os pesquisadores puderam estimar o tamanho dos animais que essas cobras poderiam comer. Os dados obtidos sugerem que para cobras menores vale mais a pena se alimentar de presas maiores. Entretanto, um maior tamanho corporal das pítons não só fornece um menu mais amplo para cobras, mas também as ajuda a ficar fora do cardápio de outros predadores.

Os cientistas admitem que essa pesquisa é voltada ao desbravamento de como essa espécie se comporta, e não foi feita com a intenção de descobrir formas de controle da “espécie invasora” na Flórida. Jayne alega que apesar desse fator, o estudo pode contribuir na compreensão do “impacto das espécies invasoras”. “Se você sabe o tamanho das cobras e quanto tempo leva para elas conseguirem esse tamanho, você pode colocar um limite superior áspero sobre quais recursos a cobra poderia ser esperado para explorar”, disse o pesquisador.

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