Lasers montados na Estação Espacial Internacional (ISS) para estimar a biomassa da Terra são usados para mensurar a devastação na Amazônia. A missão GEDI (abreviação de Global Ecosystem Dynamics Survey) identificou alguns bolsões naquela bacia tropical que poderiam fazer parte de iniciativas de conservação.

Segundo o GEDI, o Brasil, apesar de acolher 60% da floresta amazônica e possuir grandes extensões de terra, é um país que registra baixas densidades de biomassa acima do solo. Essa conclusão é resultado do aumento das taxas de desmatamento.

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Na região nordeste, o GEDI encontrou valores maiores de biomassa, principalmente no Suriname e na Guiana Francesa, que apesar de não pertencerem ao Brasil, são as duas únicas regiões com mais de 50% da floresta amazônica. Outro local com altas densidades de biomassa está no sudoeste da floresta amazônica, em boa parte do Peru.

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Além da Amazônia, outros países como os Estados Unidos e o Paraguai também foram alvos de varreduras. O GEDI indicou que esses países precisariam de melhoras em seus estoques florestais nacionais. A partir dessa missão, os cientistas terão mais embasamento para inferir o impacto do desmatamento no clima.

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Imagem: Fotografia aérea da floresta amazônica. Créditos: Curioso.Photography/Shutterstock

Uso de lasers para pesquisas sobre florestas

De acordo com o pesquisador sênior da Sociedade de Conservação da Amazônia, Matt Finer, o mapeamento da Amazônia “destaca várias áreas-chave para uma conservação específica baseada em carbono, representando uma linha totalmente nova de conservação, ao lado da antiga biodiversidade ou conservação de ecossistemas”. Além disso, Finer destaca que “esses dados reforçam a importância de florestas tropicais como a Amazônia.”

A missão GEDI foi a primeira a usar os altímetros para estudar o tamanho e a estrutura vertical das árvores. Os cálculos são feitos com base no tempo que o raio laser levou para atingir as superfícies de uma árvore e refletir.

Outra proposta dos pesquisadores é criar um mapa 3D da Amazônia. Porém, os dados ainda estão incompletos em toda a região e a previsão é de que o instrumento usado para esta missão seja removido no início do próximo ano, para dar lugar a outra missão autônoma. Agora, a equipe do GEDI está em negociações para encontrar uma maneira de continuar a missão e evitar que o dispositivo queime na atmosfera.

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