A expansão das estações terrestres chinesas na América do Sul, em países como Argentina, Brasil e Venezuela, não é vista com bons olhos por todos, já que um novo relatório demonstrou preocupação com as intenções de Pequim, na região.

De acordo com o documento, “a rede espacial da China na América do Sul é parte de um esforço mais amplo de Pequim para se estabelecer como uma potência espacial global líder e parceira de escolha no espaço para economias de renda média”.

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Além disso, o relatório destaca que, embora a rede tenha usos civis claros, ela também poderia ser usada para espionar, monitorar e potencialmente até mesmo atingir a espaçonave dos EUA e de outras nações. As estações terrestres são vitais para qualquer ator espacial, já que este tipo de infraestrutura é essencial para operar naves espaciais e facilitar a troca de comandos e dados.

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Apesar de o país asiático ter uma rede de estações terrestres em lugares como a Namíbia, a infraestrutura na América do Sul facilitará as ligações com naves espaciais que orbitarão essa parte do mundo.

Segundo o relatório, o que gera preocupação é a “falta de transparência” dos acordos estabelecidos com os países-sede e a indústria espacial chinesa. Ainda é nebuloso o potencial de aplicações militares que poderão ser utilizadas pelo país.

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Essa preocupação está embasada também nos riscos “decorrentes da influência de longo alcance do Exército de Libertação Popular (PLA) dentro do ecossistema espacial da China”. O documento também cita a “Força de Apoio Estratégico (PLASSF) — responsável pela guerra espacial, cibernética e eletrônica —, que tem uma mão em praticamente todas as atividades espaciais chinesas”.

Estados Unidos se preocupam com possível espionagem da China

Os Estados Unidos expressaram essa preocupação dentro do Congresso norte-americano. Eles temem que as instalações da China sejam usadas para “espionar ativos dos EUA e interceptar informações confidenciais”. O relatório também fornece um olhar detalhado a respeito de organizações vinculadas ao Partido Comunista da China, que podem exercer controle sobre essas estações.

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Questões relacionadas às estações terrestres da China surgiram em outros lugares, como na Austrália, em que o SSC optou por não renovar contratos para fornecer serviços à China através de uma estação baseada no país da Oceania.

Atualmente, a China usa suas naves Yuanwang e navios para apoiar lançamentos de veículos e naves espaciais, já que há falta de infraestrutura terrestre suficiente para isso. Certamente tensões diplomáticas nesse sentido poderiam acontecer, já que estações terrestres, graças ao seu caráter geográfico, poderiam se tornar um ponto de discórdia no contexto das relações EUA-China.

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