Ejeções de massa coronal (CMEs) são enormes enxurradas de plasma arremessadas pelo Sol em áreas ativas de sua superfície chamadas manchas solares, onde os campos magnéticos são especialmente fortes a ponto de arrebentar a coroa.

De acordo com o site News Week, as CmEs transportam bilhões de toneladas de plasma coronal, que podem viajar a cerca de 10 milhões de km/h. Se elas estão voltadas para a Terra, podem causar tempestades geomagnéticas significativas no planeta, dependendo da intensidade com que chegam: flutuações da rede elétrica, interrupções nas operações por satélite e mudanças no comportamento dos animais migratórios.

À medida que os elétrons do plasma solar colidem com átomos de oxigênio e nitrogênio na atmosfera da Terra, eles reagem para produzir as espetaculares exibições de luz conhecidas como auroras.

E toda essa dinâmica acontece quase que diariamente, especialmente nesta fase mais ativa que o Sol vem atravessando nos últimos tempos, à medida que atinge o pico do chamado ciclo solar. Apenas na última semana de setembro, por exemplo, foram detectadas três erupções solares, 18 ejeções de massa coronal e uma tempestade geomagnética. 

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Eventualmente, tais fenômenos são registrados por observadores profissionais ou amadores, que nos brindam com imagens fascinantes (como este vídeo capturado no mês passado pelo famoso astrofotógrafo norte-americano Andrew McCarthy).

Um outro flagra, desta vez obtido pelo divulgador científico português Miguel Claro, fotógrafo profissional muito conhecido pelas imagens espetaculares que produz do céu noturno, foi feito em julho, quando uma gigantesca proeminência apareceu na cromosfera do astro rei, lançando uma poderosa pluma de plasma para o cosmos.

Veja o Sol soltando plasma

Claro é embaixador fotográfico do Observatório Europeu do Sul (ESO) e astrofotógrafo oficial da Reserva Alqueva do Céu Escuro, especializado em paisagens astronômicas que conectam a Terra e o espaço.

“Assim que percebi que uma grande proeminência era visível e estava crescendo tão rápido e drasticamente, eu rapidamente comecei a registrar. O Sol estava mais baixo do que o ideal, e a atmosfera tinha uma fina camada de poeira vindo da África”, explica Claro na legenda do vídeo publicado em seu perfil no Instagram. “A temperatura também era muito alta, em torno de 38ºC, às 18h pelo horário local de Alqueva (Portugal). Então, eu fiz um grande esforço para reunir o máximo de imagens possível”.

Segundo ele, a sequência foi capturada entre 17h37 e 18h30 e mostra o movimento espetacular da CME resultante da proeminência solar. “A mudança gradual no contraste no disco solar está relacionada com o movimento do Sol à medida que ele descia no horizonte e passava em frente à camada de poeira que espalhou ainda mais sua luz”.

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O resultado é um filme solar de alta resolução 4K, composto por cerca de uma hora de imagens, capturado a partir do observatório Dark Sky Alqueva

Segundo Claro, para capturar o fenômeno, ele usou um telescópio refrator, o Sky Watcher Esprit 120ED, equipado com um filtro Daystar Quark Chromosphere e uma câmera solar chamada Apollo-M Max. A sequência de vídeo foi compilada a partir de 200 imagens processadas, cada uma resultado do empilhamento dos 200 melhores quadros de cada vídeo bruto.

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