No Ensino Fundamental, as crianças aprendem que a litosfera terrestre (camada sólida mais externa do planeta) é constituída por imensos blocos maciços que se encontram em constante movimento, impulsionados pelas forças do interior da Terra. Esses blocos são chamados de placas tectônicas, que deslocam sobre o magma do manto.

Essa dinâmica, segundo o site Science Alert, se dá numa velocidade comparável ao crescimento das nossas unhas, o que ao longo de um bilhão de anos é suficiente para viajar por todo o planeta.

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Em um dos modelos mais completos de movimentos de placas tectônicas já montados, cientistas condensaram um bilhão de anos de atividade desses blocos em um videoclipe de 40 segundos, que mostra como essas lajes gigantes de rocha interagiram ao longo do tempo.

À medida que se movem, as placas afetam o clima, os padrões das marés, os movimentos migratórios dos animais e sua evolução, a atividade vulcânica, a produção de metais e diversos outros aspectos. Elas são mais do que apenas uma “cobertura”: representam um sistema de suporte de vida que afeta tudo o que habita o planeta.

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“Em uma escala de tempo humana, as coisas se movem em centímetros por ano, mas como podemos ver na animação, os continentes têm estado em todos os lugares no tempo”, disse o geocientista Michael Tetley, que concluiu seu doutorado na Universidade de Sydney, na Austrália, apresentando o estudo que produziu o vídeo de lapso de tempo. “Um lugar como a Antártida, que vemos como um ambiente frio e gelado hoje, na verdade, já foi um ‘destino de férias’ ameno na região equatoriana”.

Entender os movimentos e padrões das placas tectônicas é fundamental para os pesquisadores preverem o quão habitável nosso planeta será no futuro e onde encontraremos os recursos metálicos necessários para garantir uma vida de energia limpa.

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O movimento das placas é estimado pelo estudo do registro geológico – o magnetismo que fornece dados sobre as posições históricas dos substratos em relação ao eixo de giro da Terra e os tipos de material travados em amostras de rocha que ajudam a combinar as peças de quebra-cabeças de placas geológicas passadas.

A equipe liderada por Tetley fez grandes esforços para escolher e combinar os modelos mais adequados atualmente disponíveis, olhando tanto para os movimentos dos continentes quanto para as interações ao longo dos limites das placas.

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“O planeta Terra é incrivelmente dinâmico, com a superfície composta de placas que constantemente se agitam de uma maneira única entre os planetas rochosos conhecidos”, disse o geocientista Sabin Zahirovic, também da Universidade de Sydney, coautor da pesquisa, que foi publicada na revista científica Earth-Science Reviews.

Ainda restam dúvidas sobre como e quando essas placas se formaram pela primeira vez, mas cada novo ponto de dados obtido nos ajuda a entender a história antiga da Terra. “Nosso planeta é único na maneira como hospeda a vida”, disse Dietmar Müller, outro geocientista da Universidade de Sydney que também participou do estudo. “Mas isso só é possível porque processos geológicos, como placas tectônicas, fornecem um sistema de suporte de vida planetário”.

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