Manter um carro funcionando e legalizado é uma tarefa que envolve gastos que passam muitas vezes despercebidos na hora da compra pelo consumidor, sem contar com imprevistos e custos não programados com manutenção.

Uma maneira cada vez mais popular de contornar parte disso é investir na assinatura de um carro. Basicamente, é o mesmo que o aluguel, só que por prazos mais longos e com uma cobrança fixa mensal.

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Na pandemia, por exemplo, a procura por páginas de empresas que oferecem o serviço subiu 56,5% de abril a maio de 2020 até o mesmo período do ano passado, segundo uma pesquisa da Similarweb.

Assinar ou comprar um carro novo? Saiba o que vale mais a pena
Na assinatura, o contratante fica com um veículo novo por três anos e paga um valor fixo mensal. Imagem: worradirek/Shutterstock

A ideia despertou o interesse até das próprias montadoras. Atualmente, marcas populares como Fiat, Ford, Volkswagen já embarcaram nessa nova modalidade de negócio. Reforçando que estamos no meio de uma mudança importante no comportamento de compra do motorista brasileiro.

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Como funciona a assinatura de carros?

Normalmente o contratante fica com um veículo novo por três anos e paga um valor mensal que varia dependendo do modelo escolhido. Uma vantagem é que a mensalidade também cobre uma série de despesas.

Na prática, o condutor fica livre de pagar anualmente o IPVA, as taxas de manutenção e até o seguro. No fim do prazo estabelecido em contrato, o veículo pode ser trocado por outro novo e a mensalidade é reajustada em caso de renovação.

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Vale a pena?

Apesar das vantagens, o que vai ditar se vale a pena ou não assinar um contrato de longo prazo é o seu perfil de uso do carro. Os planos são limitados por rodagem mensal. Alguns permitem percorrer até 500 km por mês, por exemplo, o que pode ser o suficiente para alguns ou não. Sem contar com o preço da mensalidade em si.

Assinar ou comprar um carro novo? Saiba o que vale mais a pena
Imagem: Ground Picture/Shutterstock

Uma análise da Rico Investimentos, que considerou os preços cobradas pelas principais empresas do ramo no país, revelou que o custo anual de assinatura equivale a um terço do preço do mesmo veículo 0 km. Logo, no fim de um contrato de três anos, você terá pago o preço cheio do carro.

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Ainda assim, isso não é tudo. É preciso levar em conta os custos após a compra, que, segundo apurado pela Quatro Rodas, chega próximo de 1/6 do valor total de um carro novo por ano, despesa essa coberta pelas provedoras de assinaturas.

Um carro, mesmo novo, também desvaloriza 11% ao ano nos seus primeiro anos de vida, outro quesito importante, já que na revenda é quase inevitável receber bem abaixo do valor pago na concessionária.

E se o consumidor estiver disposto a financiar um carro? Será que ainda vale a pena optar pela assinatura?

Financiar ou assinar?

O financiamento de um carro na faixa dos R$ 55 mil pode ultrapassar os R$ 2 mil mensais dependendo do valor da entrada. Isso acontece pelo salto nas taxas de juros, sem contar com os gastos extras que citamos antes, como IPVA e emplacamento, por exemplo.

O mesmo veículo pode ser contratado por muito menos na assinatura, ainda que venha com a limitação de quilometragem rodada por mês.

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Conclusão

No fim, o negócio pode não ser o ideal para todos. Muitos ainda preferem manter o seu próprio carro na garagem ou trocá-lo todo ano, mesmo com as despesas envolvidas no meio do caminho. Se este for o caso, existe a chance de não se adaptar com o formato de assinatura.

Quem não se importa com isso, no entanto, pode economizar no longo prazo. Como vimos antes, é mais vantagem alugar um carro por três anos do que revendê-lo após o mesmo período. Especialistas em investimento também indicam que pagar o aluguel mensal é melhor que financiar atualmente.

Ficou interessado? A última dica é ficar atento no que está descrito no contrato antes de fechar negócio. Algumas empresas cobram multas em caso de desistência, por exemplo.

Imagem principal: Halfpoint/Shutterstock

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