Uma das armas que está ganhando força nos campos de batalha na Ucrânia é o Shahed-136 (ou Geranium-2, como são chamados na Rússia). Trata-se de um drone autônomo fabricado no Irã que está em serviço desde 2021.
Projetado especificamente para neutralizar alvos terrestres à distância, esse tipo de aeronave vem sendo utilizada ativamente desde setembro pelos russos e foi vista nos últimos ataques aéreos que atingiram a região de Kiev.
Segundo o The Wall Street Journal, três deles atingiram uma instalação não especificada a 56 km da capital ucraniana. A proximidade do ataque aumenta as preocupações com os drones iranianos, que a Rússia começou a usar com mais frequência à medida que perde terreno no conflito.
O New York Times também informou no mês passado que os Shaheds foram vistos alvejando tropas e veículos ucranianos.
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O comando da Força Aérea da Ucrânia também informou nesta quinta-feira (13) que abateu outros seis deles no sul do país. Como voam em baixa velocidade e altitude, os drones são alvos relativamente fáceis de derrubar, no entanto, uma estratégia da Rússia é atacar em grande número e com a ajuda de mísseis, dificultando a defesa dos militares ucranianos.
Ondas de ataques com drones
Por ora, essa é vista apenas como a primeira leva de ataques, dizem as autoridades. Só esta semana, a Rússia teria encomendado mais 2.400 drones para a sua frota. Em carta enviada ao Congresso dos EUA, a Ucrânia solicita mais agilidade nas entregas de armas Phalanx, um tipo de sistema usados como defesa contra foguetes, artilharia e que também serve para derrubar pequenos drones. O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, prometeu fornecê-los o mais rápido possível.
“Isso coloca os ucranianos mais na defensiva. Agora sua logística, suas linhas de abastecimento, comunicações, armazéns e sua infraestrutura podem ser atingidos”, comentou Samuel Bendett, especialista da CNA, uma organização independente de pesquisa e análise de segurança, na última reunião do Grupo de Contato de Defesa da Ucrânia em Bruxelas, na sede da OTAN.
Como a Rússia decidiu voltar as suas armas contra toda a população da Ucrânia, autoridades e especialistas do país também temem que os Shaheds sejam cada vez mais usados contra alvos civis.
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No fim, apesar do baixo custo por unidade (US$ 20 mil), os gastos de operação podem atrapalhar e muito os planos dos russos. A munição do Shahed, por exemplo, deve ser importada do Irã e depois enviada até os militares russos na Ucrânia. Enquanto isso, o próprio Irã luta para conseguir os componentes necessários para fabricar mais drones devido às sanções impostas ao país pelos EUA e Europa.
Esta, inclusive, é uma das áreas na qual a Rússia tem lutado atualmente, o fornecimento contínuo de munição, artilharia e mísseis de longo alcance, afirmam especialistas.
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