Após a sequência de bombardeios a cidades ucranianas na manhã desta segunda-feira (10), o governo do país invadido pela Rússia revelou ter derrubado 43 mísseis inimigos, o que corresponde a quase metade dos 83 disparados pelas tropas de Moscou, segundo o vice-ministro da Defesa da Ucrânia, Hanna Malyar.

Ou seja, quarenta mísseis conseguiram atingir os alvos. Um deles foi Kiev, a capital ucraniana que o país governado por Vladimir Putin não atacava desde o começo da guerra, quando concordou em retirar suas tropas da cidade e voltou seu foco para conquistar a região leste e sul da Ucrânia.

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O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou ter falado com líderes europeus em caráter de urgência para obter apoio para um contra-ataque à Rússia. Ele falou ao telefone com o presidente da França, Emmanuel Macron, e com o chanceler alemão, Olaf Scholz. 

Macron teria se declarado “extremamente preocupado” com a nova ofensiva russa e se colocado à disposição “para ajudar em termos de suporte militar”. Já Scholz, por sua vez, teria sugerido a Zelensky a possibilidade de uma reunião urgente com a cúpula do G7 — o grupo dos países mais ricos do mundo, que recentemente removeu a Rússia.

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No início de fevereiro, quando a invasão russa era apenas uma ameaça, o Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse que estava buscando mais cooperação de Israel em tecnologia de defesa aérea.

Segundo reportagem da revista Veja, ele consultou líderes israelenses sobre o sistema de defesa antimísseis Iron Dome (Domo de Ferro), além de outras tecnologias de alerta de mísseis e de defesa cibernética. 

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“Também estamos interessados ​​em aprofundar a cooperação em tecnologia de defesa, em particular relacionada à defesa aérea”, disse Kuleba na época, em uma coletiva de imprensa.

Entenda como funciona o sistema de defesa Domo de Ferro de Israel

Não se sabe se, passados oito meses desde essa entrevista, o sistema Domo de Ferro está realmente em uso pela Ucrânia, ajudando a rebater os ataques russos. Isso porque Israel teria se negado a vender a tecnologia para Zelensky.

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De qualquer forma, é interessante entendermos como essa tecnologia de interceptação de foguetes militares funciona.

Iron Dome (ou Domo de Ferro, em portugês) é um sistema de defesa aérea móvel projetado por Israel para interceptar e destruir foguetes de curto alcance e projéteis de artilharia. Imagem: Naeblys – Shutterstock

Em maio de 2021, a CNN Espanha produziu uma reportagem a respeito do Domo de Ferro, segundo a qual o sistema, que teria levado mais de uma década para ser projetado, tem sido um elemento fundamental para a proteção de Tel Aviv e outras cidades de Israel, agindo como um escudo contra ataques de mísseis.

Segundo a publicação, na prática, o Domo de Ferro detecta mísseis lançados em um alcance de quatro a 70 km e responde disparando um míssil interceptor chamado Tamir contra projéteis que se aproximam e representam uma ameaça para a área protegida. Essas áreas, geralmente, são locais estrategicamente importantes, incluindo regiões povoadas.

Ele é composto por três elementos: um radar de detecção e rastreamento, um sistema de controle de armas e gerenciamento de batalha (BMC) e uma unidade de disparo de mísseis (MFU).

Vídeo mostra o sistema Domo de Ferro em ação em Isarel

De acordo com o exército israelense, o radar detecta o lançamento de um míssil e transmite informações sobre sua trajetória para o centro de controle, que calcula o ponto de impacto esperado. “Se este local justifica uma interceptação, um míssil é disparado para interceptá-lo. A carga útil do míssil interceptor explode perto do míssil invasor, em um local que não deve causar ferimentos”, explica uma nota oficial das Forças Armadas de Israel.

Os mísseis interceptores têm aproximadamente três metros de comprimento e 15 centímetros de diâmetro, pesando 90 kg cada um.

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Fácil de transportar, cada “bateria” (como são chamados os kits) leva apenas algumas horas para ser instalada e configurada. 

Segundo a Agence France-Presse (AFP), o governo israelense, que possui atualmente 10 baterias, afirma que já interceptou mais de dois mil alvos com o Domo de Ferro, que tem uma taxa de sucesso de mais de 90%.

De acordo com o grupo de análise de segurança Jane’s International Defense Review (IDR), o sistema custa US$50 milhões (aproximadamente R$260 milhões) e cada míssil não sai por menos que US$62 mil (algo em torno de R$320 mil).

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