Tartaruga-robô “anfíbio” é criada inspirada em animais pré-históricos

Por Isabela Valukas Gusmão, editado por Acsa Gomes 13/10/2022 21h57, atualizada em 08/05/2023 12h11
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Um artigo publicado na Nature, por pesquisadores das Universidades de Yale, do Alabama e de West Chester, sobre o robô ART (Tartaruga Robótica Anfíbia), mostra a versatilidade do dispositivo capaz de transformar suas pernas em nadadeiras através de um processo que apelidado pelos pesquisadores de “morfogênese adaptativa”.

Esse projeto foi inspirado em tartarugas que viveram em ambientes aquáticos e terrestres, um grupo cujo registro fóssil se estende por mais de 110 milhões de anos. De acordo com a autora do estudo, a professora associada de engenharia mecânica e ciência dos materiais, Rebecca Kramer-Bottiglio, os corpos dessas tartarugas são bem semelhantes, entretanto, as formas como elas marcham são distintas.

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A pesquisadora complementa ao dizer que “as tartarugas marinhas têm nadadeiras alongadas para natação, enquanto tartarugas terrestres e tartarugas têm pernas arredondadas para carregar carga enquanto caminham”. O robô apresenta membros adaptáveis, ou seja, que podem alterar a sua forma, rigidez e comportamento de acordo com cada ambiente.

Essa mudança só é possível graças aos materiais utilizados na confecção do robô que oferecem uma rigidez variável, e aos músculos artificiais que alteram sua forma de um ambiente para outro.

As pernas de ART podem atravessar terras com uma variedade de marchas terrestres. Assim que o robô atinge uma área com água, ele pode transformar suas pernas em nadadeiras, o que permite o desenvolvimento de marchas aquáticas.

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Imagem: Tartaruga-robô capaz de se adaptar ao ambiente terrestre e aquático. Créditos: Universidade de Yale

Maiores são as possibilidades de atuação da Tartaruga

Diferentemente de outros robôs com essa mesma proposta, ART se aproveita da adaptação para poupar eventuais ineficiências energéticas, fator que afeta a maioria dos robôs anfíbios. A autora do estudo, Kramer-Bottiglio, ressalta essa característica e preocupação ao dizer que os “resultados mostram que a morfogênese adaptativa pode aumentar a eficiência dos robôs que se locomovem em vários ambientes”.

As aplicações das tartarugas robóticas são inúmeras. Por enquanto, o laboratório da pesquisadora Rebecca Kramer-Bottiglio se concentrou em aplicações que incluem o monitoramento de ecossistemas ao longo da costa, suporte a mergulhadores e agricultura oceânica.

Futuramente, o robô também ajudará os pesquisadores em outros estudos e experiências, como na compreensão das correntes e turbidez que tornam a navegação de robôs e outros dispositivos em zonas de transição ambiental e complexos de surfe tão difíceis.

Via: Futurity

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Isabela Gusmão é estagiária e escreve para a editoria de Ciência e Espaço. Além disso, ela é nutricionista e cursa Jornalismo, desde 2020, na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).

Acsa Gomes
Redator(a)

Acsa Gomes é formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo pela FAPCOM. Chegou ao Olhar Digital em 2020, como estagiária. Atualmente, faz parte do setor de Mídias Sociais.