Um artigo publicado na Nature, por pesquisadores das Universidades de Yale, do Alabama e de West Chester, sobre o robô ART (Tartaruga Robótica Anfíbia), mostra a versatilidade do dispositivo capaz de transformar suas pernas em nadadeiras através de um processo que apelidado pelos pesquisadores de “morfogênese adaptativa”.

Esse projeto foi inspirado em tartarugas que viveram em ambientes aquáticos e terrestres, um grupo cujo registro fóssil se estende por mais de 110 milhões de anos. De acordo com a autora do estudo, a professora associada de engenharia mecânica e ciência dos materiais, Rebecca Kramer-Bottiglio, os corpos dessas tartarugas são bem semelhantes, entretanto, as formas como elas marcham são distintas.

publicidade

Leia mais:

A pesquisadora complementa ao dizer que “as tartarugas marinhas têm nadadeiras alongadas para natação, enquanto tartarugas terrestres e tartarugas têm pernas arredondadas para carregar carga enquanto caminham”. O robô apresenta membros adaptáveis, ou seja, que podem alterar a sua forma, rigidez e comportamento de acordo com cada ambiente.

publicidade

Essa mudança só é possível graças aos materiais utilizados na confecção do robô que oferecem uma rigidez variável, e aos músculos artificiais que alteram sua forma de um ambiente para outro.

As pernas de ART podem atravessar terras com uma variedade de marchas terrestres. Assim que o robô atinge uma área com água, ele pode transformar suas pernas em nadadeiras, o que permite o desenvolvimento de marchas aquáticas.

publicidade
tartaruga-robo-pesquisa-utilidades
Imagem: Tartaruga-robô capaz de se adaptar ao ambiente terrestre e aquático. Créditos: Universidade de Yale

Maiores são as possibilidades de atuação da Tartaruga

Diferentemente de outros robôs com essa mesma proposta, ART se aproveita da adaptação para poupar eventuais ineficiências energéticas, fator que afeta a maioria dos robôs anfíbios. A autora do estudo, Kramer-Bottiglio, ressalta essa característica e preocupação ao dizer que os “resultados mostram que a morfogênese adaptativa pode aumentar a eficiência dos robôs que se locomovem em vários ambientes”.

As aplicações das tartarugas robóticas são inúmeras. Por enquanto, o laboratório da pesquisadora Rebecca Kramer-Bottiglio se concentrou em aplicações que incluem o monitoramento de ecossistemas ao longo da costa, suporte a mergulhadores e agricultura oceânica.

publicidade

Futuramente, o robô também ajudará os pesquisadores em outros estudos e experiências, como na compreensão das correntes e turbidez que tornam a navegação de robôs e outros dispositivos em zonas de transição ambiental e complexos de surfe tão difíceis.

Via: Futurity

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!