Uma lula de aproximadamente três metros de comprimento foi encontrada boiando no mar, morta, ao largo da costa de Tenerife, nas Ilhas Canárias (Espanha). O cadáver de 200 kg incrivelmente preservado foi encontrado pelo fotógrafo e pesquisador da natureza Teo Lucas e levado ao Instituto Espanhol de Oceanografia para investigações.

“A maioria dos animais de pesquisa vem do conteúdo estomacal de cachalotes ou são espécimes levados pelas ondas até as praias e, por isso, estão em condições muito ruins e muitas vezes incompletas”, disse Jon Ablett, curador sênior de moluscos e cefalópodes no Museu de História Natural de Londres, em entrevista ao site Newsweek.

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Não foi o caso da lula gigante descoberta por Lucas. Mesmo seus enormes globos oculares – os maiores olhos conhecidos no reino animal – ainda estavam em seus devidos lugares. A única parte que faltava era a ponta de um dos tentáculos, que se acredita ter sido arrancada pelo animal que o matou.

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Em um post no Facebook, a Sociedade de Estudo dos Cetáceos no Arquipélago Canário (SECAC), disse que o molusco era apenas um jovem e que os adultos podem crescer ainda mais.

Uma lula gigante que foi levada pelas ondas até a areia da praia em Golden Mile Beach, no Reino Unido, em 2020. Geralmente, esta é a forma mais comum de encontrar esse animal, ou dentro do estômago de cachalotes. Boiando no oceano, como aconteceu em Tenerife, é extremamente raro. Crédito: Museus Adéle Grosse © Iziko África do Sul.

“Acredita-se que a lula gigante de nome científico Architeuthis dux atinja até 12 metros de comprimento na fase madura”, disse Ablett. “E a lula colossal Mesonychoteuthis hamiltoni pode atingir um tamanho ainda maior em termos de massa e, possivelmente, também em comprimento, embora ninguém tenha encontrado um espécime totalmente maduro”.

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Segundo Ablett, um estudo de 2013 estimou que até 131 milhões de lulas gigantes são devoradas por cachalotes, seu maior predador, a cada ano.

O cadáver estava tão bem preservado que mantinha até seus olhos no lugar. Imagem: Teo Lucas / Via Sociedade de Estudo dos Cetáceos no Arquipélago Canário (SECAC)

Esse tipo de lula pode ser encontrado em todos os oceanos do mundo, embora raramente seja visto em regiões polares ou ao redor do equador. “Elas são mais comumente encontradas nas águas próximas da Nova Zelândia e do Japão, no Atlântico Norte e nas águas ao redor da África do Sul”, disse Ablett.

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Devido à sua natureza esquiva, nossa compreensão desta espécie é bastante limitada. A análise do espécime incrivelmente preservado descoberto em Tenerife poderia, portanto, fornecer informações importantes sobre a biologia desta criatura.

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