Os mistérios do Universo ainda carecem de muita explicação e recentemente os cientistas encontraram com mais um objeto que desafia a compreensão da física estelar. Uma provável estrela de nêutrons, a apenas alguns milhares de anos-luz de distância, formou-se após uma explosão e permaneceu dentro de sua própria nuvem de poeira.

Estima-se que essa estrela tenha 77% da massa do Sol, o que é considerado muito pouco para objetos desse tipo. Até então, a estrela de nêutrons mais leve já encontrada tinha 1,17 vezes a massa do Sol, e nada na literatura científica aponta para números que respaldem os númerdos da nova estrela descoberta.

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De duas uma, ou os cientistas estão diante de uma lacuna no conhecimento sobre esse objeto; ou não se trata de uma estrela de nêutrons, e sim de outro corpo celeste peculiar, nunca visto antes, como uma estrela “estranha”.

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As estrelas de nêutrons são um dos objetos mais densos de todo o Universo. Elas são o resultado da explosão de uma estrela massiva, que chegou ao fim de sua vida. Quando o corpo celeste fica sem material para se fundir em seu núcleo, ela se torna uma supernova e ejeta camadas externas de material para o Espaço.

Após a explosão, a maioria das estrelas formadas tem cerca de 1,4 vezes a massa do Sol, porém a teoria compreende uma variação de 2,3 até apenas 1,1 massas solares. Tudo isso embalado dentro de uma esfera de apenas 20 quilômetro ou mais de diâmetro.

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Imagem: Estrela de nêutrons. Jurik Peter/Shutterstock

Recentemente, os pesquisadores descobriram uma segunda estrela próxima da HESS J1731-347 candidata a estrela de nêutrons. A partir de um maior exame feito nesse astro, a equipe do astrônomo Victor Doroshenko, da Universidade Eberhard Karls de Tübingen, descobriu que os dados anteriores de HESS estavam equivocados. Com isso, foi recalculada a distância da estrela e descobriu-se que ela está muito mais próxima do que se pensava, a cerca de 8.150 anos-luz de distância.

Com essa descoberta, estimativas anteriores de outras características de estrelas de nêutrons precisariam ser refinadas, incluindo sua massa. Juntamente com observações da luz de raios-X emitidas pelo corpo celeste (inconsistente com a radiação X de uma anã branca), Doroshenko e seus colegas foram capazes de refinar seu raio para 10,4 quilômetros, e sua massa para uma massa solar mais baixa de 0,77 massas solares.

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Estrela de nêutrons ou estrela estranha

No artigo os pesquisadores acreditam se seja de fato uma estrela de nêutrons. “Nossa estimativa de massa faz do objeto compacto central no HESS J1731-347 a estrela de nêutrons mais leve conhecida até hoje, e potencialmente um objeto exótico”, disseram.

Outra curiosidade a respeito desse objeto está em sua composição. Ele contém uma proporção maior de partículas fundamentais conhecidas como quarks. Essas partículas subatômicas fundamentais se combinam para formar novas partículas compostas, como prótons e nêutrons. Há seis tipos diferentes de quarks. Prótons e nêutrons são feitos de dois tipos específicos quarks. Físicos têm procurado matéria quark por décadas.

Esse número de quarks é um indício de que não se pode descartar a possibilidade desta estrela de nêutrons ser na verdade um objeto estranho. “As restrições obtidas em massa e raio ainda são totalmente consistentes com uma interpretação padrão da estrela de nêutrons e podem ser usadas para melhorar as restrições astrofísicas na equação do estado da matéria fria e densa sob essa suposição”, escreveram os pesquisadores.

É desafiador verificar como uma estrela de nêutrons tão leve poderia ter se formado sob nossos modelos atuais. Independentemente do que seja, ela levantou mais um sinal de alerta e de busca para a resolução da misteriosa vida desses corpos celestes massivos.

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