A compra do Twitter pelo empresário Elon Musk foi confirmada nesta quinta-feira (27) e o bilionário já procura fazer algumas mudanças na plataforma. Musk pretende restabelecer contas anteriormente suspensas, incluindo o perfil de Donald Trump, ex-presidente dos EUA.

De acordo com o The Guardian, o Twitter baniu Trump permanentemente em janeiro do ano passado, após alguns tuítes do ex-presidente considerados perigosos. Segundo a rede, as publicações eram “altamente propensas a encorajar e inspirar as pessoas a replicar os atos criminosos que ocorreram no Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021”.

Donald Trump foi banido de forma permanente pelo Twitter após a invasão do Capitólio em 2021. Imagem: Reprodução/Twitter
Donald Trump foi banido de forma permanente pelo Twitter após a invasão do Capitólio em 2021. Imagem: Reprodução/Twitter

No entanto, Musk tem uma posição contrária à remoção de Trump, e seus primeiros passos para o retorno do ex-presidente dos EUA ao Twitter já teriam começado. O empresário demitiu vários funcionários da rede, como a chefe do departamento de políticas Vijaya Gadde, o diretor financeiro Ned Segal e o CEO Parag Agrawal – além de outros afastamentos.

“Acho que não foi correto banir Donald Trump”, afirmou Musk em uma conferência do Financial Times neste ano. “Acho que foi um erro. Isso alienou o país e não fez com que Donald Trump não tivesse voz. Achei uma decisão moralmente ruim e tola ao extremo”, acrescentou.

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Vijaya Gadde chegou como conselheira geral ao Twitter em 2011, se tornando uma das funcionárias mais relevantes da empresa, cobrindo a moderação, políticas públicas e assuntos jurídicos da rede. Por ser uma das pessoas mais ligadas com a suspensão de Trump, a sua demissão simboliza o planejamento de Musk para o futuro da plataforma.

Elon Musk adquiriu oficialmente o Twitter por US$ 44 bilhões (cerca de R$ 235 bilhões). Imagem: Reprodução/Shutterstock
Elon Musk adquiriu oficialmente o Twitter por US$ 44 bilhões (cerca de R$ 235 bilhões). Imagem: Reprodução/Shutterstock

Enquanto isso, defensores dos direitos civis alertam para mudanças propostas por Musk, que se concentram em moderar o conteúdo do Twitter menos de perto em favor da “liberdade de expressão”. Segundo eles, as ações do empresário podem gerar um “motor sobrecarregado de radicalização” e o retorno de Trump, particularmente, traria um enorme impacto à rede social.

Outros especialistas afirmam que a volta de Donald Trump ao Twitter ampliaria o alcance do ex-presidente dos EUA num momento em que as empresas de mídia social procuram lutar contra a expansão de desinformações e fake news. Enquanto esteve na plataforma, em meio às polêmicas postagens, Trump acumulou mais de 88 milhões de seguidores.

Uma coalizão com diversos grupos de direitos humanos enviou uma carta aos anunciantes do Twitter e pediu para que houvesse um boicote à plataforma em caso de políticas mais frouxas de Musk em relação ao discurso de ódio e desinformação. Segundo os grupos, a compra “toxificará ainda mais nosso ecossistema de informações e será um ameaça direta à segurança pública”.

O empresário, por outro lado, aparenta estar tentando tranquilizar os anunciantes sobre o seu desejo de promover a liberdade de expressão. De acordo com Musk, as suas medidas no Twitter não significariam “paisagem infernal livre para todos”, mas sim, um lugar “caloroso e acolhedor para todos”.

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Até o momento, o Twitter foi a única empresa de mídia social a banir Trump permanentemente após o ocorrido no Capitólio em 2021. O Facebook removeu temporariamente o ex-presidente dos EUA e a decisão final será avaliada pela Meta em janeiro de 2023.

Nesse meio tempo, o YouTube também removeu Trump de sua plataforma de forma temporária e uma data de reavaliação do caso segue indefinida. Segundo a empresa do Google, a questão será levantada somente “quando o risco de violência diminuir”.

Informações via The Guardian

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