Neste sábado (29), o Ministério da Defesa da Rússia declarou que a marinha britânica sabotou os gasodutos Nord Stream, causando os vazamentos detectados no mês passado. O Reino Unido disse que a acusação é falsa e foi projetada para distrair as falhas militares russas na Ucrânia.

Vazamento no gasoduto
Vazamento no gasoduto Nord Stream 2 registrado por uma aeronave dinamarquesa. Imagem: Danish Defence Command.

De acordo com a agência de notícias Reuters, a Rússia não apresentou provas de que um dos principais membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) havia danificado a infraestrutura em meio à pior crise nas relações entre o país e o Ocidente desde a Guerra Fria.

publicidade

O país governado por Vladimir Putin também disse que “especialistas britânicos” da aliança direcionaram ataques de drones ucranianos a embarcações russas do Mar Negro na Crimeia nesta manhã, que teriam sido largamente repelidos por suas forças militares, com pequenos danos a um varredor de minas (navio especializado na desativação de minas de mísseis).

“De acordo com informações disponíveis, representantes desta unidade da Marinha Britânica participaram do planejamento, provisão e implementação de um ataque terrorista no Mar Báltico em 26 de setembro deste ano – explodindo os gasodutos Nord Stream 1 e Nord Stream 2”, diz o comunicado do ministério.

publicidade

Em resposta às acusações, o Reino Unido diz que essa é uma história inventada, que  “diz mais sobre argumentos acontecendo dentro do governo russo do que sobre o Ocidente.”

Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, revelou que Moscou buscará reação do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o que chama de “uma série de ataques terroristas cometidos contra a Federação Russa nos Mares Negro e Báltico, incluindo o envolvimento da Grã-Bretanha neles”.

publicidade

Leia mais:

Completamente isolada pelas nações ocidentais desde sua invasão à Ucrânia, em 24 de fevereiro, a Rússia já havia responsabilizado o Ocidente pelo rompimento dos gasodutos Nord Stream 1 e Nord Stream 2, construídos na Rússia, no leito do Mar Báltico, mas sem apontar um culpado específico, como está fazendo agora.

publicidade

Robôs subaquáticos vão monitorar vazamentos nos gasodutos russos

Os vazamentos foram identificados em meio à mais grave crise energética enfrentada até hoje pela Europa, que depende do fornecimento de gás natural russo para produzir calor e eletricidade.

Gráfico mostra a extensão dos gasodutos Nord Stream 1 e 2 pelo Mar Báltico. Imagem: Damnwell Media – Shutterstock

Gás natural é uma substância composta por hidrocarbonetos que permanecem em estado gasoso nas condições atmosféricas normais. É essencialmente formado pelos hidrocarbonetos metano (CH4), com teores acima de 70%, etano (C2H6), e, em menores proporções, o propano (C3H8), usualmente com teores abaixo de 2%.

Segundo a Agência de Energia da Dinamarca (DEA), Nord Stream 1 apresenta dois pontos de vazamento, um na Dinamarca e outro em território sueco, enquanto um outro escape foi detectado na estrutura do Nord Stream 2, caracterizando o que já está sendo considerada a maior liberação de metano no meio ambiente já registrada na história.

Há cerca de dez dias, pesquisadores da Universidade de Gotemburgo, na Alemanha, decidiram enviar três robôs subaquáticos aos locais afetados para fins de monitoramento. Os dispositivos devem acompanhar como a química e a vida no mar vão se alterar ao longo do tempo em decorrência da liberação massiva de metano. Para isso, eles vão se mover pelo mar e gravar dados sobre a qualidade da água nas próximas 10 semanas.

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!